Artigo escrito por Vinicius Lummertz – Secretário de Articulação Internacional do Governo de SC (DC, 08/04/2009).
Está sendo anunciado no mundo inteiro, com mais de US$ 3,5 milhões em anúncios pagos pelos parceiros de mídia do WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo), o encontro mais importante do setor. Será em Florianópolis de 14 a 18 de maio, com a presença do presidente da República, que receberá ao lado do governador Luiz Henrique a elite mundial do turismo.
Será a mais dramática cúpula desde o 11 de setembro, quando o WTTC se alçou em cruzada para que o mundo não parasse de viajar. A ameaça do protecionismo econômico em reação à crise financeira e os indícios de guerra surda por empregos deverão unir mentes e corações para o debate, buscar encaminhamentos e soluções sob o mote “Parcerias reais, energizando economias.”
O contexto deverá ser duro. Já se fala em desglobalização. A OMC (Organização Mundial do Comércio) prevê para 2009 uma contração no comércio mundial de 9%. Muito antes, em 2008, os fluxos de capital entupiram com a queda de 21% nos IED (Investimentos Estrangeiros Diretos), e com projeções para cair mais ainda em 2009.
O transporte de cargas aéreo já caiu 23,2 % em janeiro deste ano, comparado com janeiro do ano passado, segundo a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo). O transporte de pessoas perdeu 5,6% em número de passageiros em janeiro e o turismo, que crescia 5% ao ano, caiu 1% no último semestre. Aqui, brasileiros já reduziram pedidos de passaporte em 28%.
O equilíbrio econômico é dinâmico. Assim, a OIT (Organização Mundial do Trabalho) já prevê a eliminação de 40 milhões de postos de trabalho até o fim do ano – exacerbando exportação e deportação de trabalhadores mundo afora. Vivemos em um mundo que corre atrás de novas soluções, novas equações, para problemas cujas formulações complexas sequer bem compreendemos. A escolha de de Florianópolis para cenário de um encontro de tais dimensão e importância nos coloca no mapa da história contemporânea.
