Comandados por Jorge Carneiro, tripulação do Veleiros da Ilha superou contra-vento de até 25 nós em 53h de regata
O veleiro Pangea, do Iate Clube de Santa Catarina, conquistou neste domingo (25), o título da 70ª Regata Santos – Rio na categoria RGS Geral. Após mais de 53 horas de velejada, a tripulação comandada por Jorge Carneiro superou as 21 embarcações na classe para ficar com o título desta edição histórica. Com recorde de equipes inscritas, quase 70 no total, a travessia entre Santos e Rio de Janeiro colocou toda habilidade dos velejadores à prova em condições de vento bem adversas.
“Foi uma regata muito dura. Vento forte na cara o tempo inteiro, mas em nenhum momento nossa tripulação se afobou. Deu tudo certo. Nós sabíamos que estávamos no páreo e ao chegarmos no Rio de Janeiro, vendo que a possibilidade de ganhar era real, demos aquele gás final. Foi uma união bem interessante, com caras mais experientes e outros em sua primeira Santos – Rio. Todos são amigos desde infância e isso ajudou muito. Foi excelente”, comemora o comandante Jorge Carneiro.
A Regata:
O vento leste entrou com força, variando de 15 a 25 nós o tempo todo, fazendo com que a regata fosse realizada toda de contra-vento. Mesmo com condições adversas durante as quase duzentas milhas de navegação, a equipe formada por Jorge Carneiro (comandante), Roberto Salles (tático), Andreis Castro (proeiro), Arsenio Almeida (timoneiro), Fernando Zomer (proeiro), Eduardo Mondardo (trimer), Piero Furlan (trimmer) e Diego Alegre (fotógrafo/vídeo maker) velejou com inteligência.
“Foi uma regata bem difícil. Cruzamos a linha próximo das 18h de domingo. Vento contra o tempo inteiro, mas que em nenhum momento assustou nossa tripulação. Velejamos muito bem e no final veio o resultado que tanto esperávamos”, acrescenta o tático Roberto Salles.
A largada da 70ª Santos – Rio ocorreu na sexta-feira (23), às 12h, na Baía de Santos com destino ao Rio de Janeiro. Cerca de quinhentos velejadores participaram da regata e foram necessárias quatro tentativas de largada (veleiros queimaram as demais) para que a disputa começasse de fato em busca do título da competição, mostrando o alto nível de competitividade.
Como previsto, o vento leste acompanhou os velejadores o tempo inteiro tornando o percurso ainda mais desafiador. Logo após saírem de Santos a tripulação precisou optar em passar por dentro ou fora de Ilhabela. “Essa foi o primeiro de três acertos decisivos na regata. Decidimos ir por fora e passamos bem próximos do Farol da Ponta do Boi. Depois optamos por encostar em Angra e, na sequencia, tocamos por fora de novo. Foram três decisões acertadas”, comenta Jorge Carneiro.
Ao chegar no Recreio dos Bandeirantes, a tripulação se deu conta de que poderia vencer a regata no geral. “Já no Rio vimos que nossa posição era muito boa. Apertamos o máximo que dava nas milhas finais e depois tivemos que esperar o resultado para comemorar”, finaliza Jorge Carneiro.
Pangea mantém firme a tradição do Veleiros da Ilha na Santos – Rio:
A presença da flotilha do Iate Clube de Santa Catarina sempre foi muito marcante na Regata Santos – Rio. Por três vezes, embarcações do Veleiros da Ilha venceram a tradicional competição de vela oceânica, sendo a primeira delas em 1997, com o Gosto D´Água, do Comandante Ildefonso Witoslaswki Junior, atual Comodoro do ICSC, como campeão geral. Já em 1999 e 2000, comandando o Scirocco, o Comandante Inácio Vandressen, ex-Comodoro do ICSC, levou sua tripulação ao bicampeonato.
Em 2020, na edição histórica que comemorou os 70 anos de regata, além da quebra de recorde de embarcações inscritas, o Pangea mantém firme a tradição do Veleiros da Ilha em uma das mais importantes regatas de Vela de Oceano do país.