A unidade de Pronto Atendimento Infantil da Unimed, localizada no Centro de Florianópolis, ficou fechada por cerca de quatro horas durante a madrugada desta quinta-feira, 16, por causa de um caso de suspeita de Ebola. A informação era repassada pelos funcionários a quem chegava ao local, em respeito a procedimento de segurança, com o alerta de que apenas casos graves seriam atendidos. A reportagem do DeOlhoNaIlha estava lá e presenciou os fatos.
Segundo a reportagem apurou, uma criança chegou à unidade de saúde acompanhada dos pais por volta da meia-noite. Seus responsáveis informaram aos médicos e enfermeiros que os avós da paciente haviam retornado há menos de 20 dias da África.
Na sequência, o paciente foi isolado. Para quem chegava à unidade, funcionários usando máscaras informavam que, devido a uma suspeita de Ebola, somente casos graves seriam atendidos.
Caso foi descartado horas depois
Em entrevista por telefone na manhã desta quinta-feira, Anamar Lucia Brancher, diretora técnica da unidade, confirmou o procedimento de segurança, isolamento e desinfecção, mas disse que, por volta das 2h, a Vigilância Epidemiológica municipal descartou que fosse Ebola. Ainda segundo Anamar, a criança foi medicada por conta de sintomas de uma gripe e liberada para voltar para casa. Na sequência, deu-se início ao procedimento de desinfecção, o que estendeu o fechamento parcial da unidade até por volta das 4h.
Ana Cristina Idor, gerente da Vigilância Epidemiológica de Florianópolis, contou, também em entrevista à reportagem, que o serviço foi acionado de madrugada pela Unimed, que pedia orientações para o caso. A equipe da Vigilância Epidemiológica então entrou em contato, por telefone, com familiares – inclusive os avós – da criança. Como os avós estavam bem de saúde e vinham do Marrocos, um país em que até o momento não tem casos registrados de Ebola, a suspeita foi descartada.
Ana Cristina informou que esta não foi a primeira vez que unidades de saúde de Florianópolis acionaram a Vigilância Epidemiológica em busca de orientação.
Santa Catarina preparada
Como já noticiado pelo DeOlhoNaIlha, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, Santa Catarina tem um plano de contingência desde que os primeiros casos de Ebola foram registrados no continente africano. O Hospital Nereu Ramos, em Florianópolis, foi preparado para ser referência no Estado para possíveis casos registrados em cidades catarinenses.
Caso haja a suspeita da doença os profissionais devem isolar o paciente para que seja feita o encaminhamento para a Capital. Na sequencia o Estado deve comunicar o Ministério da Saúde para que sejam tomadas as medidas necessárias para diagnóstico e tratamento.
Sintomas de Ebola
De acordo com o Ministério da Saúde, os seguintes sintomas são relacionados ao Ebola:
– início súbito de febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta são os sinais e sintomas típicos
– a pessoa infectada também tem vômitos, diarreia, disfunção hepática, erupção cutânea, insuficiência renal e, em alguns casos, hemorragia tanto interna como externa
Incubação e transmissão do Ebola
Ainda segundo o Ministério da Saúde, o período de incubação, ou o intervalo de tempo entre a infecção e o início dos sintomas, pode variar de dois até 21 dias.
Os pacientes tornam-se contagiosos apenas quando começam a apresentar os sintomas. Eles não são contagiosos durante o período de incubação.
QUANDO PROCURAR A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA MUNICIPAL?
A gerente da Vigilância Epidemiológica de Florianópolis alerta que a população deve acionar imediatamente o serviço em caso de suspeitas de Ebola quando a pessoa:
– estiver com qualquer intensidade de febre ou mal-estar e, nas últimas 3 semanas, ter passado por 3 países africanos: Libéria, Guiné ou Serra Leoa
Nestes casos, ligar para: (48) 3212-3907 e 9985-2710, a qualquer hora do dia ou da noite.