Artigo escrito por Dilvo Tirloni, Presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) (DC, 07/01/2009)
A temporada de 2008 trouxe para Florianópolis quase 800 mil turistas que aqui deixaram US$ 330 milhões. Este ano, com as tragédias que atingiram o Estado, em fins de novembro e agora, no sul, os números não devem se repetir. Afinal, os turistas vêm ao Estado atraídos por nossas belezas naturais, atrativos históricos e manifestações populares. Assim, se a meteorologia não ajuda, a procura cai. Esses elementos motivadores, entretanto, estão diretamente ligados a outros investimentos. Quando fala sobre turismo, o francês Jean-Claude Baumgarten, presidente do Conselho Mundial de Viagem e Turismo (WTTC), cita Dubai. Lá, o governo elegeu o planejamento de longo prazo e investimentos em infraestrutura como fundamentais. Junto com os aspectos ambientais e a mão-de-obra qualificada, a infraestrutura é considerada vital por Baumgarten para o futuro da indústria do turismo. Aqui deveria se pensar da mesma maneira.
Em 20 anos, teremos 800 mil moradores na Capital. Vamos precisar de mais 100 mil casas. Também contaremos com 500 mil veículos. Daí a importância de um órgão de planejamento fortalecido, com poderes para planejar a cidade a longo prazo, definindo questões como transportes, energia, abastecimento e saneamento. Por outro lado, será necessário, nos próximos 20 anos, disponibilizarmos 8 mil vagas por ano no mercado de trabalho. Caso contrário, os bolsões de pobreza tendem a crescer, ampliando a degradação ambiental.
Maio será um marco histórico para o turismo na Capital, com a reunião anual do WTTC, o maior evento mundial do setor. Restará, após o encontro, colher os frutos do bom debate e avançar rumo a uma cidade moderna.