Evento reuniu grandes nomes e players do mercado musical em Florianópolis
Fomentar o ecossistema musical e conectar a cadeia produtiva da música e de redes criativas é o objetivo do mais importante festival e conferência de música e negócios de Santa Catarina, o TUM Sound Festival, que reuniu cerca de 2 mil pessoas, online e presencialmente, entre os dias 12 e 14 de novembro, em Florianópolis. Com foco na retomada do setor pós-pandemia, a quarta edição do evento contou com presença de gravadoras, selos, editoras, diretores de festivais, representantes de casas noturnas, produtores, startups, artistas e profissionais da economia criativa, que participaram de rodadas de negócios, palestras, painéis, workshops e showcases.
“Estamos em movimento rumo à retomada, as conexões, à união, à força, à troca de parcerias, de intercâmbios culturais e geração de negócios para alavancar o setor são fundamentais. Nesta edição, tivemos uma importante amostra da indústria criativa do Brasil, com 100 atividades, 20 estados brasileiros e seis países de forma remota. Capacitar a cadeia produtiva ainda é um desafio, mas a gente vem construindo tudo desde 2015 para ser um importante evento de economia criativa, música e negócios e precisa de fomento e investimento para potencializar essas ações para todas as cidades possíveis do Estado”, defende a idealizadora Ivanna Tolotti.
Para Luciano Pinheiro, diretor técnico do Sebrae – SC, a possibilidade de retomar os eventos relacionados à economia criativa é importante para todo o ecossistema de negócios.”Muitas vezes as pessoas olham apenas para uma grande empresa de entretenimento ou um grande estabelecimento, mas no fundo esse processo da música e da economia criativa é feito por dezenas e centenas de pequenos empresários, às vezes microempresários individuais que tem ali o sustento da sua operação. Poder retornar a fazer tudo isso de novo é, para nós do Sebrae, uma grande alegria”.
Segundo Fábio Botelho, superintendente da Fundação Franklin Cascaes, eventos como o TUM são essenciais para apoiar a classe cultural na retomada. “O TUM chega em um momento muito especial da cidade. Já estamos em uma boa velocidade de retomada, com a abertura de casas culturais, abertura dos eventos, novas feiras, fazendo com que a economia criativa volte a ocupar o espaço que foi perdido devido à pandemia”.
TUM teve conversas sobre políticas para economia criativa, presença de mulheres na indústria da música e mais
Um dos temas abordados foi políticas públicas e privadas para a economia criativa. Santa Catarina integra o rol de estados que mantiveram a participação de profissionais criativos acima da média nacional (1,8%, segundo Mapeamento da Indústria Criativa de 2019 – Firjan). Por aqui, 2,1% de todos os trabalhadores são ligados à indústria criativa.
“Me parece que está cada vez mais turva essa separação de áreas que compõem a economia criativa. A gente percebe claramente que a gastronomia, a música, o cinema, o design, as artes em geral, o turismo, estão fazendo parte de um todo”, defende Vini de Lucca, superintendente de Turismo de Florianópolis.
Mulheres que estão mudando o mercado da música no Brasil também estiveram presentes na quarta edição do TUM, com presença de Luciana Simões, criadora e gestora do Festival BR135, Ana Morena, sócia e idealizadora do Combo Cultural DoSol, e Monique Dardenne, co-fundadora do Women’s Music Event.
“Metade do line-up do TUM é mais diverso e isso também se estende para a equipe que trabalha no evento”, comenta Ivanna, que também é jornalista, musicista e coordenadora nacional do Sonora – Festival Internacional de Compositoras.
Outro destaque da programação foram as tradicionais rodadas de negócio organizadas em parceria com o Sebrae – SC. Nessa edição, foram realizadas 180 reuniões, com inscrições esgotadas dias antes do início do evento. Entre os participantes estavam Luciana Mascarenhas, Romulo Pampolini e Nicole Wingester, do Palco MP3, Schibian Oliveira, do Festival de Música de Itajaí, Guilherme Tavares, do Favela Sounds (DF), entre outros.
A quarta edição do TUM teve 100 atividades, 71 palestrantes e bandas convidadas, além de participantes de 20 estados brasileiros e seis países. Aprovado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura, o evento teve patrocínio da Prefeitura de Florianópolis e apoio da Ibagy, do Sebrae SC e da Palco MP3.
Foto: Goldem Fonseca