O evento reuniu mais de 300 pessoas para debater segurança e compliance e trouxe os principais especialistas do setor
Para a advogada Patricia Peck, uma das maiores referências na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, dados são o novo petróleo. A especialista abriu o primeiro dia de palestras do SC Experience e sua fala reforça a importância do cuidado com a segurança digital, tanto pessoal quanto corporativa. Esta foi a segunda edição do evento, que ocorreu em Florianópolis, durante os dias 20 e 21 de novembro, e reuniu os principais nomes do setor de segurança digital e compliance. Selecionamos os principais destaques para você, confira abaixo.
Tecnologia contra a falsidade
Durante o evento o doutor em TI Davis Alves mostrou como o governo dos Estados Unidos está utilizando tecnologias que analisam microexpressões faciais para identificar pessoas suspeitas nas filas de imigração dos aeroportos e nos interrogatórios da polícia. Alves trouxe a dica de um aplicativo que qualquer um pode baixar no smartphone e fazer algo parecido: o Face Your Feelings. De acordo com o palestrante, basta apontar a câmera do celular para o rosto de outra pessoa e o app dará informações sobre o que o outro está sentindo, ao mapear o movimento dos músculos da face.
Legislação para ciberataques
O delegado da polícia federal, Carlos Sobral, compartilhou um pouco do processo para criar a lei Carolina Dieckmann, que criminaliza a invasão a dispositivos digitais. Durante sua fala, Sobral destacou como a maioria dos crimes cibernéticos se enquadram em calúnia, difamação e injúria, e questionou: “precisamos mudar o direito penal se aquilo já é previsto como crime? O que está faltando são instrumentos para identificar esses crimes. Quando vejo que estão falando que precisa mudar a lei me parece que estão buscando uma bengala, buscando um caminho curto para resolver algo complexo. Já temos uma resposta legal, falta uma resposta estrutural”.
Ecossistema de informação
Um dos destaques da palestra da keynote Patricia Peck foi a apresentação dos novos riscos à segurança que o ecossistema de tecnologia enfrenta. “Falamos muito de ecossistema da informação, hoje a pessoa compra um carro e tem seu dado compartilhado em diferentes frentes, com o varejo, que vende o carro, com a indústria, que produz, com o seguro, com correspondente, com alguma instituição financeiras, e esses dados podem se conectar com as redes sociais, Waze, outros aplicativos, sem necessariamente o usuário ter ideia de que essas informações são coletadas ou compartilhadas”, falou durante sua palestra.
