A consulta finalizada na última sexta-feira, 7, pela seccional catarinense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), mostrou que 45% dos proprietários de estabelecimentos consideram a última temporada de verão pior ou muito pior e somente 23% dos entrevistados sentiram que os negócios melhoraram em relação a temporada anterior.
O poder aquisitivo dos turistas, por exemplo, foi considerado menor por 36% dos bares e restaurantes em todo o estado. Em Florianópolis e no litoral norte, o percentual foi ainda maior – 38% e 47%, respectivamente.
Quanto ao número de turistas estrangeiros, a percepção para os entrevistados em todo o estado foi de uma queda de 38%. No litoral sul, esta estatística ficou 55% menor, resultado muito parecido com o litoral norte (53%). A proximidade com o Paraná e Rio Grande do Sul fez com que os vizinhos desses estados viessem em maior número ao Estado, já que 34% dos entrevistados registraram grande fluxo de gaúchos e 29% de paranaenses. Em Florianópolis, os paulistas foram mais uma vez percebidos como os de maior número (42%).
Infraestrutura e mão de obra
Os maiores entraves para o sucesso desta temporada foram a baixa qualificação dos profissionais contratados e a pouca infraestrutura. Quando perguntados sobre os prejuízos causados pela falta de água e energia elétrica, 23% responderam que tiveram de fechar seus estabelecimentos em um ou mais momentos. Em Florianópolis e no litoral norte, este percentual ficou em 25% e na região de Balneário Camboriú, 40%. Entre os maiores revezes, em todo o estado 26% disseram ter perdido parte do estoque, 35% amargaram queima de equipamentos e 38% tiveram de fechar a casa mais cedo.
A mão de obra também causou problemas. Uma média de 26% dos proprietários consultados não conseguiu compor seu quadro de funcionários em número suficiente. A qualidade dos colaboradores também deixou a desejar, com 48% de reclamações em Santa Catarina, 60% em Florianópolis, 50% na região de Balneário Camboriú, 45% no litoral sul e 33% no litoral norte.
Diante desses números, a expectativa para o restante do ano não é das melhores. Em todo o estado, 48% esperam mais movimento. Em Florianópolis, o percentual é bem menor (31%). Na região central do litoral, somente 11% dos entrevistados aguardam dias melhores em 2014.
A curiosidade fica para a expectativa de melhoria no litoral sul. Para 75% dos proprietários, o restante do ano reserva melhores momentos. “Certamente em função da previsão de conclusão da ponte de Laguna, que deverá incrementar a movimentação de visitantes, além de provavelmente se tornar uma atração turística”, explica Queiroz.
Mesmo assim, poucos planejam investimentos para 2014. No cômputo geral, 59% dos consultados não planejam nada neste sentido. Em Florianópolis, o número é ainda maior (70%), enquanto que na região de Balneário Camboriú, 60% não pensam em qualquer melhoria. Nas regiões sul e norte, metade pretende fazer algum investimento.