spot_imgspot_img
Florianópolis, 25 novembro 2024
spot_imgspot_img

Temporada começa bem para bares e restaurantes de SC e sugere recuperação do setor

GastronomiaTemporada começa bem para bares e restaurantes de SC e sugere...
spot_img
spot_img

Compartilhe

Pesquisa da Abrasel indica maior movimento para 54,6% dos entrevistados

A recuperação econômica, apesar de tímida, tem reflexos positivos neste inicio de temporada para os bares e restaurantes de Santa Catarina, de acordo com pesquisa da Abrasel realizada em 110 estabelecimentos do litoral catarinense. Para 54,6% dos entrevistados, o início do verão teve maior movimento de clientes do que na temporada passada. “O percentual sugere um processo de retomada, já que nas duas anteriores houve queda no fluxo de clientes, porém o ambiente de negócios ainda está muito abaixo do patamar de 2017”, afirma Raphael Dabdab, presidente da entidade. Ele completa que “poderia ter sido até melhor, uma vez que vários dias ensolarados estimulam o veranista a almoçar na beira da praia e sair tarde para jantar fora, gerando perda de receita nestes horários”, diz, ponderando que “a ausência do horário de verão amenizou um pouco esta situação”.

Segundo Dabdab, outro fator que prejudicou o fluxo de clientes foi a expressiva presença de ambulantes ilegais, que já havia apresentado expressivo crescimento na temporada anterior – foi igual ou maior desta vez para 81,8% dos consultados. Embora a prefeitura da Capital tenha aumentado o contingente de fiscais, foi insuficiente para conter o avanço do comércio clandestino de bebidas e alimentos. “Se por um lado podem ser mais baratos e convenientes ao veranista, por outro oferecem risco à saúde alimentar e gera incômodo pela barreira visual e pelas constantes abordagens dos vendedores”, aponta.

“Trata-se de uma concorrência desleal, tanto com os empresários que precisam de licença e pagam taxas para instalar mesas e cadeiras na beira da praia, como com os próprios ambulantes legalizados, que, além de pagarem taxa, recebem treinamento de atendimento ao turista e curso de manipulação de alimentos, exigido pela Vigilância Sanitária”, explica Dabdab.

Como esperado, a crise econômica da Argentina e o momento político do Chile derrubou a vinda de estrangeiros. Para 70% dos consultados não foi percebido aumento desses turistas. “Fomos sustentados pelo turismo doméstico, estimulado por novos atrativos e melhora da infraestrutura turística – em especial os paulistas (32,7%), paranaenses (20,9%) e gaúchos (18,2%)”, explica.

Porém, o que pesou foi o poder aquisitivo dos visitantes. Para 62,7% dos empresários que participaram da pesquisa, o gasto médio ficou igual ou menor do que na temporada passada. “Isso faz com que boa parte faça refeições em casa, optando pelos supermercados, ou procurando opções mais em conta, como serviços de delivery, shopping centers, food halls e food parks. Destaque positivo para o sul do estado, onde 60% dos entrevistados perceberam aumento no gasto médio, e negativo para Florianópolis – 74% deles avaliaram que o mesmo foi igual ou menor. Apesar do expressivo aumento da carne bovina, 63,6% dos empresários não repassaram este reajuste ao consumidor. “Isso demonstra sensibilidade diante do orçamento restrito dos turistas, havendo até mesmo promoções, raríssimas nesta época do ano”, avalia Dabdab.

Infraestrura- A melhora na infraestrutura, como o novo aeroporto e o elevado do Rio Tavares, no sul da Ilha, assim como a inauguração de novos atrativos turísticos – como a reabertura da Ponte Hercilio Luz, em Florianópolis, e o aquário marinho de Balneário Camboriu – certamente contribuíram para esse resultado positivo. A questão da mobilidade novamente foi o ponto mais mal avaliado. Se na temporada passada foi igual ou pior que no ano anterior para 87% dos entrevistados, agora o percentual foi ainda pior, com esse índice aumentando para 91%. O destaque ficou para a região central do litoral, onde 100% dos consultados a avaliaram igual ou pior que no período anterior. Em Florianópolis, que, embora tenha tido percentual nada favorável – 84% dos entrevistados avaliaram igual ou pior que na temporada passada – foi o local que teve a percepção menos negativa de todas as regiões.

Outras boas impressões ficaram com a segurança pública – 86,4% empresários consideraram esse item igual ou melhor que a última temporada, quesito também bem avaliado no verão passado – e com a infraestrutura das nossas praias, onde somente 12,7% perceberam piora. Esses fatores contribuem para que o empresário esteja otimista com o restante do verão – 63,6% dos entrevistados acreditam que esta temporada será melhor que a do ano passado.