A temporada de verão, que concentra a maior oferta de trabalho na capital durante todo o ano, aproxima-se com forte apreensão do empresariado, devido às intensas turbulências da economia mundial. O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa Catarina (ABIH/SC), Luciano Schroeder, proprietário do Hotel Moçambique, em Canasvieiras, avalia que, em princípio, as contratações dos estabelecimentos turísticos e comerciais desta temporada deverão ficar nos mesmos níveis da anterior, entre sete e oito mil na Grande Florianópolis, mesmo número estimado pelo Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (Shbrs) de Florianópolis. Ocupa lugar de destaque o norte da Ilha, que responde sozinho por cerca de metade desse total, ou até quatro mil empregos temporários. “Em todo o estado, a região fica atrás apenas de Balneário Camboriú”, analisa o empresário. O período de contratações inicia em outubro e atinge seu auge em dezembro, às vésperas do Natal e Réveillon.
Além das preocupações com o cenário econômico, o setor também ressente-se da falta de mais mão-de-obra qualificada para o atendimento da temporada. Muitas pessoas que procuram as vagas disponíveis ainda chegam sem nenhuma experiência nem qualificação na área, se propondo a ser “faz-tudo”. Schroeder lembra que é importante contar com um curso certificado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac) ou Serviço Nacional de Aprendizagem da Indústria (Senai), não necessariamente na área de hotelaria e turismo. Essas instituições, assim como a Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) e o sindicato dos hotéis e bares oferecem diversos cursos de atendimento e serviços, inclusive gratuitos, durante todo o ano. O Shbrs estima que cerca de 20% das pessoas contratadas para a temporária acabam sendo efetivadas na vaga.
Por Alexandre Winck