Ói Nóis Aqui Traveiz se apresenta em Florianópolis
Em turnê por 12 cidades do Brasil, grupo teatral gaúcho faz apresentação gratuita do espetáculo “O Amargo Santo da Purificação”, nesta segunda-feira (01/03), ao meio-dia, no Largo da Alfândega.
A história de um brasileiro que viveu e morreu em defesa de ideais socialistas durante a ditadura militar será apresentada pela Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre, numa encenação pública, no Largo da Alfândega, nesta segunda-feira (1º/03), às 12h. O espetáculo “O Amargo Santo da Purificação – Uma Visão Alegórica e Barroca da Vida, Paixão e Morte do Revolucionário Carlos Mariguella” será levado a 12 cidades do Brasil, com patrocínio da Petrobrás, via Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. Em Florianópolis, o evento tem apoio da Universidade do Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (Udesc), Erro Grupo e Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC).
O projeto inclui ainda a palestra “Ói Nóis Aqui Traveiz – 30 anos: O Teatro de Rua no Brasil”, nesta segunda-feira (1º/03), às 19h, no auditório da Udesc, no Itacorubi. Na terça-feira (02/03), acontece o workshop “Teatro de Rua – Uma Vivência com a Tribo”, no Espaço 1 (Udesc), com inscrições pelo telefone 3321-8325. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público.
Selecionado pelo programa BR de Cultura 2009/2010, “O Amargo Santo da Purificação” também será apresentado nas cidades de Blumenau, Joinville, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa, São Paulo, Campinas, São José do Rio Preto, Uberlândia, Belo Horizonte e Ipatinga. A iniciativa pretende valorizar e difundir as manifestações culturais brasileiras, favorecendo o desenvolvimento do Teatro Popular. A proposta visa ampliar as opções de lazer e cultura nas cidades que integram o circuito, democratizando o espaço da arte, e favorecendo as pessoas que não tem acesso às salas de espetáculos.
Herói popular
Nesse novo trabalho de criação coletive e de pesquisa de teatro de rua, o grupo Ói Nóis Aqui Traveiz conta a história de um herói popular que os setores dominantes tentaram banir da cena nacional durante décadas: o revolucionário brasileiro Carlos Marighella. Militante do Partido Comunista, Mariguella viveu e morreu num período crítico da história contemporânea do país, sendo protagonista na luta contra as ditaduras do Estado Novo e do Regime Militar.
A encenação apresenta momentos importantes desta trajetória, que abrangem as origens na Bahia, juventude e poesia, passando por temas como resistência, prisão, Democracia, Constituinte, clandestinidade, Ditadura Militar, luta armada e a morte em emboscada. Esse resgate histórico constrói um retrato humano do Brasil no século XX, por meio de uma história de coragem e ousadia, perseverança e firmeza de convicções. Marighella não abdicou ao direito de sonhar com um mundo livre de todas as opressões. Viveu, lutou e morreu por esse sonho, na coerência dos ideais socialistas.
A dramaturgia elaborada pela Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz baseia-se nos poemas escritos pelo revolucionário baiano, que transformados em canções são o fio condutor da narrativa. Utilizando a plasticidade das máscaras, de elementos da cultura afro-brasileira e figurinos com fortes signos, a encenação cria uma fusão do ritual com o teatro dança. Através de uma estética “glauberiana”, o Ói Nóis Aqui Traveiz leva às ruas uma abordagem épica das aspirações de liberdade e justiça do povo brasileiro.
A tribo de atuadores
A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz surgiu em 1978 com uma proposta centrada no contato direto entre atores e espectadores, transcendendo a clássica divisão palco/platéia. A história da Tribo é pautada pela afirmação da diferença, da independência em relação ao mercado e às estruturas de poder, com encenações caracterizadas pela ousadia e liberdade criativa.
Desde o início de sua trajetória, o Ói Nóis Aqui Traveiz compartilha experiências estéticas em oficinas populares de teatro nos bairros. A experiência do grupo é reconhecida no cenário nacional com espetáculos premiados pela crítica como “Aos Que Virão Depois de Nós Kassandra In Process”, “A Missão Lembrança de Uma Revolução”, “A Saga de Canudos”, “A Exceção e a Regra”, “Antígona Ritos de Paixão e Morte”, entre outros.
As três principais vertentes do grupo são: o Teatro de Rua, de linguagem popular e intervenção direta no cotidiano da cidade; o Teatro de Vivência, no sentido de experiência partilhada, em que o espectador torna-se participante da cena; e o trabalho Artístico Pedagógico, desenvolvido junto à comunidade local.
Serviço:
O Quê: Espetáculo “O Amargo Santo da Purificação – Uma Visão Alegórica e Barroca da Vida, Paixão e Morte do Revolucionário Carlos Marighella”
Quando: segunda-feira (1º/03) – 12h
Onde: Largo da Alfândega
Quanto: gratuito
OBS: Em caso de chuva, o espetáculo será transferido para terça-feira (02/03)
O Quê: Palestra “Ói Nóis Aqui Traveiz – 30 anos: O Teatro de Rua no Brasil”
Quando: segunda-feira (1º/03) – 19h
Onde: Auditório do CEART /UDESC (Itacorubi)
Quanto: gratuito
O Quê: Workshop “Teatro de Rua – Uma Vivência com a Tribo”
Quando: terça-feira (02/03) – 19h
Onde: Sala Espaço 1- CEART /UDESC (Itacorubi)
Quanto: gratuito
Inscrições e informações: (48) 3321-8325