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Florianópolis, 25 novembro 2024
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Sustentabilidade em pauta na capital catarinense

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No segundo dia de SISAU, arquiteta dinamarquesa Dorte Poulsen falou sobre as influências regionais. UFSC apresenta a Casa Solar Flex

Dorte Mandrup Polsen, arquiteta dinamarquesa que se apresentou nesta sexta-feira (08.10) no Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo (II SISAU), falou sobre o caráter regional da sustentabilidade aplicada à arquitetura e o planejamento urbano. “Não existe um material, produto ou processo que seja sustentável no mundo todo. A sustentabilidade tem a ver com onde você está e o que é sustentável no seu contexto”, alerta a arquiteta. Clima, cultura, história, hábitos, meio ambiente, tudo interfere na construção de soluções sustentáveis para a arquitetura. No caso da Dinamarca e de boa parte dos países europeus, os fatores que norteiam a prática da sustentabilidade se referem especialmente ao clima, totalmente diverso do brasileiro, por exemplo, e à existência de uma história arquitetônica muito antiga. Desta forma, sustentabilidade para eles é principalmente a adoção de soluções que maximizem benefícios e minimizem prejuízos do próprio clima e o reuso de construções antigas.

Vistas pela maioria da população como marcos históricos e também como referências do “sentir-se em casa” pelo sentido de continuidade que oferecem, os prédios antigos passam por transformações para conversão de uso como, por exemplo, transformar uma antiga instalação fabril numa área de lazer comunitária ou uma torre de água, construção comum na Dinamarca, num prédio de apartamentos. “A preservação da cultura é vista como fundamental pela sociedade dinamarquesa, tão sustentável quanto uma cidade acessível, baseada na conectividade e que beneficia o pedestre e os espaços urbanos mais do que os prédios urbanos”, garante Dorte Poulsen, autora de projetos premiados de reuso e conversão de usos em edificações históricas ou apenas antigas.

Casa solar flex – O case da Casa Solar Flex trouxe ao SISAU uma experiência realizada por acadêmicos de seis universidades brasileiras, incluindo grupos de estudos da UFSC e coordenado pelos professores Roberto Lamberts, engenheiro, e José Kós, arquiteto. O projeto foi desenvolvido para uma competição internacional, a Solar Decathlon, que acontece neste ano em Madri (Espanha). “É uma espécie de Fórmula-1 de residências sustentáveis”, explica Lamberts.

Preparada para atender ao conceito de sustentabilidade aplicado ao país onde será exposta, a casa deve receber versões aplicáveis às diversas regiões do Brasil. Trata-se de uma residência compacta, com pouco mais de 50 m² de área condicionada, com todas as diretrizes de sustentabilidade: sistema estrutural em módulos, cobertura com painéis fotovoltaicos, iluminação flexível e com lâmpadas led, uso da água como massa térmica, e uso de vaso sanitário a seco. “Queremos viabilizar a construção de uma casa com energia zero e neutralização de carbono. A iniciativa vai nessa linha e acreditamos que vai ser a única forma de amenizar a questão das mudanças climáticas”, garante Kós.