O projeto Igaú, iniciativa do Veleiro ECO, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi um dos contemplados pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e a Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná que irão destinar R$ 3,7 milhões em apoio financeiro para 19 soluções inovadoras para desafios do oceano e regiões costeiras do Brasil. A proposta do Veleiro ECO começa a ser executada neste mês de julho.
Igaú – que quer dizer alga, em Tupi Guarani – é uma parceria entre a UFSC e Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e visa promover a sustentabilidade e resiliência das comunidades costeiras da região de Paranaguá frente aos impactos da poluição. O objetivo do projeto é promover a conservação dos ecossistemas pelo cultivo de algas, conservando e restaurando os serviços ecossistêmicos, como o provimento de alimentos e espaço de lazer. Conforme os idealizadores do projeto, o cultivo e a coleta sustentável de algas gerarão matéria-prima renovável com potencial para produção de materiais ecológicos, cuja comercialização será fonte de renda complementar.
“Esse projeto tem uma função social ainda mais relevante de proporcionar conhecimento e soluções alternativas que efetivamente representam formas de resistência local e regional, para tudo isso que a gente está vivendo. Pensando desde a poluição até as questões relacionadas às mudanças climáticas, esta iniciativa tem no escopo a capacidade de dialogar e nos ajudar em muitos aspectos”, avalia o professor Paulo Horta, docente do Departamento de Botânica do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC.
Coordenado pela professora Franciane Pellizzari, da Unespar, o projeto Igaú conta com uma equipe formada por docentes, graduandos e pós-graduandos do Laboratório de Ficologia da UFSC, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC e da Universidade Estadual do Paraná. O valor aprovado para a iniciativa foi de R$ 240 mil, mas ainda está sujeito à revisão até a implementação. O projeto tem duração prevista de três anos.
O professor Paulo Horta ressalta a participação da equipe do Veleiro ECO no projeto. “A UFSC tem grande satisfação em ter o Veleiro ECO começando sua jornada como plataforma para estender o alcance da Universidade. O projeto é uma grande conquista para ambas as universidades e caminha no sentido da sustentabilidade e do papel das instituições de ensino e pesquisa no Brasil de promoverem o desenvolvimento social e a conservação da natureza”, finaliza.
O ECO, primeiro veleiro de pesquisas oceanográficas do Brasil, leva agora toda a expertise e potencial para Paranaguá, onde por meio de estudos e pesquisas vai contribuir para transformar a vida das comunidades locais e para apresentar soluções para a conservação da natureza, salienta o Professor Orestes Alarcon da Engenharia Mecânica da UFSC.