Músicos de cinco orquestras se apresentaram no Parque de Coqueiros
Na noite de ontem, cinco orquestras levaram um pouco de música clássica ao Parque de Coqueiros, na Capital. O público, em contrapartida, contribuiu para ajudar os desabrigados pela tragédia que abateu o Estado recentemente.
Originárias de vários pontos de Santa Catarina, as orquestras apresentaram clássicos como Vivaldi, Tchaikovsky e Mozart. Algumas peças foram tocadas em conjunto, dentre elas uma do compositor brasileiro Alexandre Brazolin, que homenageia compositores locais.
O público foi chegando lentamente ao local desde o entardecer. Muitos traziam cadeiras, já que a arquibancada montada ficou pequena. Outros optaram por sentar no vasto gramado que o parque oferece, enquanto alguns assistiram o concerto de pé.
A movimentação em torno do local foi grande e provocou alguma lentidão no trânsito. Tanto músicos quanto a audiência foram protegidos do vento vindo constantemente do mar pela grande estrutura montada no local, embora o fluxo de ar não passasse de uma pequena brisa no começo da apresentação.
Instrumentista de cinco anos foi destaque
Um dos músicos a se apresentar foi o flautista Leandro Gaertner, da Filarmônica de Jaraguá do Sul, que pela primeira vez participava de um evento do tipo, com várias orquestras.
– Já ouvi falar em algo semelhante a isto, mas nunca vi. Existem compositores do século 20 que fizeram obras específicas para esse tipo de concerto, mas é algo raríssimo – afirmou o músico.
O público atraído pelo evento era diverso, composto por famílias, grupos de amigos e, claro, músicos. Um deles era o gestor ambiental Matusalém Valério Barreto, que também é percussionista.
– Acho necessário que existam mais eventos como esse, mesmo que seja difícil de se fazer. Música clássica é importantíssima e o povo só tem a ganhar, já que a entrada é livre – opinou Barreto, que contribuiu com três quilos de alimentos.
Além da Filarmônica, integraram o evento a Camerata Florianópolis, as orquestras de Câmara de Blumenau, Sinfônica de Florianópolis e Sinfônica de Santa Catarina. Esta última contou com presença especial de Guilherme, cinco anos, filho do saxofonista Carlos Oliveira Júnior, que toca na orquestra. O pai, orgulhoso, diz que o garoto gosta de música desde o berço, e até já acompanhou a orquestra num concerto, na percussão.
(Arthur Plus, DC, 15/12/2008)