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Florianópolis, 23 novembro 2024

Setor de tecnologia em Santa Catarina deve superar 100 mil colaboradores até 2025

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Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) realizou levantamento que aponta crescimento de 44,3% nos postos de trabalho ofertados pelo setor tecnológico nos próximos 3 anos

O setor de tecnologia em Santa Catarina deve ultrapassar a marca de 100 mil postos de trabalhos ativos até o final de 2025. Isso é o que projeta o Mapeamento de Vagas 2023 realizado pela Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), com execução do Instituto Mapa, divulgado nesta terça-feira (09/05). Atualmente com 76,6 mil postos de trabalho disponíveis no estado, a projeção é que o setor aumente em 34 mil (44,3%) o número de colaboradores nos próximos três anos. Apenas neste ano, o saldo previsto é de 10,2 mil (13,4%) novos postos de trabalho. Participaram da pesquisa 443 empresas das seis mesorregiões do estado. O levantamento foi realizado entre 24 de novembro de 2022 e 07 de fevereiro deste ano.

A demanda por profissionais em tecnologia da informação crescerá, sobretudo, na Grande Florianópolis, onde a previsão é que 18,1 mil novos postos de trabalho sejam criados entre 2023 e 2025. Na sequência aparecem o Vale do Itajaí, com criação de 6,5 mil vagas; o Oeste, com 4,2 mil; o Norte, com 2,2 mil; o Sul, com 2,1 mil, e a Serra, com quase 1 mil. 

Este é o segundo Mapeamento de Vagas realizado pela ACATE. O último aconteceu em 2021, com previsões para as empresas de tecnologia até 2023 – na época houve a projeção de 16,6 mil postos em Santa Catarina. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em apenas dois anos, entre 2021 e 2022, foram contratadas 16,7 mil pessoas no setor, ultrapassando o número  projetado pela pesquisa.

“A projeção de 2021, confirmada pelos resultados do Caged, valida a metodologia da pesquisa, que aponta para um desenvolvimento ainda maior das empresas de tecnologia no Estado nos próximos três anos “, destaca Iomani Engelmann, presidente da ACATE.

O cenário é otimista para a geração de empregos, mas apresenta desafios quanto ao preenchimento dessas vagas. Ainda segundo o mapeamento, uma das causas é a falta de talentos capacitados para exercer as funções do mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação. Em todo o Brasil, segundo pesquisa da Brasscom, o setor deve demandar 159 mil profissionais ao ano para funções na área até 2025, ao passo que são formados apenas 53 mil pessoas com perfil tecnológico anualmente no Ensino Superior. O déficit anual no país por profissionais em tecnologia da informação chega a 106 mil.

Perfil das vagas oferecidas

O cargo com maior projeção de aumento de postos de trabalho no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação é o de desenvolvedor, que deve abrir 14,3 mil vagas entre 2023 e 2025. Apenas neste ano, o saldo deve ser de 4,7 mil profissionais. As principais especialidades exigidas pelas empresas de tecnologia, em termos de linguagem de programação, são Javascript, React, Node.js, Python e Java. Na pesquisa realizada em 2021, os desenvolvedores representavam 56% do total das vagas. Em 2023, representam 42% delas. 

“Embora haja grande demanda por programadores, o setor de tecnologia da informação oferece oportunidades para profissionais muito além da programação. Os desenvolvedores são essenciais para construir e executar a operação de um produto. Os designers, por sua vez, conseguem pensar em usabilidade e experiência do usuário nas plataformas. O profissional de atendimento ao cliente fornece feedbacks valiosos para a melhoria do produto, marketing e venda para levar o produto ao mercado. Porém, tudo começa pela função desempenhada pelos profissionais que entendem do problema a ser resolvido com a solução a ser implementada, pois uma solução software é conhecimento sistematizado numa linguagem de computador”, atenta Moacir Marafon, vice-presidente de Talentos da ACATE.

Algumas funções com projeções de aumento na demanda em empresas de tecnologia entre os anos de 2023 e 2025 são analista de negócios (1,9 mil), gestor de projetos (1,7 mil), analista e cientista de dados (3 mil), designer de produtos (1,5 mil), analista de controle de qualidade (1,3 mil), analista de aplicação e infraestrutura (1,1 mil), administrador de banco de dados (1 mil), agile na área de scrum master (909), consultor de segurança da informação (839), cloud engineer (820) e analista de processos (678) e outros cargos (358).

“A área da tecnologia, hoje, envolve profissionais de diversas áreas. Existe uma transversalidade nas contratações. Por isso, este é um dos setores que mais cresce não apenas em Santa Catarina, mas no Brasil e no mundo. Importante destacar também que o setor de tecnologia oferece muitas oportunidades para profissionais que desejam empreender. A prova disto é que só em Santa Catarina temos aproximadamente 20 mil empreendedores, representando 26% dos profissionais envolvidos no setor”, aponta Marafon.

Parcerias da ACATE para formar talentos

A entidade investe junto aos seus parceiros em programas de capacitação que contemplam toda a jornada de formação de talentos. Desde o despertar para a possibilidade de atuar na área de tecnologia até os cursos de aperfeiçoamento, são mais de 15 iniciativas, como o DEVinHouse, Floripa Mais Tec, Prototipando a Quebrada e Dev for Tech. Em sua maioria gratuitos ou com bolsas oferecidas por empresas de tecnologia, os programas têm como objetivo formar profissionais qualificados para suprir as demandas do ecossistema e preencher as vagas oferecidas pelas empresas.

“Um dos principais objetivos da entidade nos próximos anos é contribuir para a formação de talentos qualificados para trabalhar ou empreender com tecnologia, um mercado cada vez maior. A realização desta pesquisa nos orienta a direcionar nossos esforços para o desenvolvimento de profissionais em áreas nas quais a necessidade das empresas é maior. Assim conseguimos equilibrar a demanda do mercado e abrir novas oportunidades para quem quer se desenvolver profissionalmente”, afirma Marafon. 

Em 2021, o número de talentos impactados pelos programas da ACATE foi de 4.926 pessoas e, em 2022, este número quase dobrou, com 9.985 profissionais participando dos programas. A previsão em 2023 é alcançar mais de 10.000 profissionais.