Quatro exposições de artistas visuais catarinenses foram selecionadas para integrar o projeto Espaços Visuais – Rede Sesc de Galerias 2015: “A imagem antes da obra e depois dos olhos”, coletivo Adentro (Chapecó), “Ilha-não-ilha”, de Claudia Zimmer (Florianópolis), “Máquina do Tempo” de Leandro Serpa (Florianópolis) e “Olhos”, de Charles Steuck (Blumenau). No total, 12 propostas foram avaliadas pela curadoria composta por técnicos de Cultura do Sesc em Santa Catarina e pela convidada Caroline Soares de Souza, assessora técnica de artes visuais do Departamento Nacional do Sesc.
Sobre exposições:
“A imagem antes da obra e depois dos olhos”, Adentro (Chapecó/SC)
Nesta exposição coletiva, os trabalhos conjugam-se pela antecipação de suas existências, elemento importante de seu sentido. Cada um, em instantes diferentes, é prenunciado por algo que depois se compõe com seu desfecho. Mas, um desfecho de visibilidade provisória. Então o que vemos passa a ser apenas um momento da imagem, aquele que o artista optou por mostrar. A ação do artista sobre seu próprio ser, naquilo que não fez, ou fez antagonicamente ao ato fundador da obra, também se torna imagem para aquele que olha. Não para quem meramente olha, mas para quem observa com vontade imaginativa.
“Ilha-não-ilha”, Claudia Zimmer (Florianópolis/SC)
A exposição apresenta trabalhos que propõem discussões sobre ilhas, aparecendo como ideia de isolamento ou, contrariamente, uma ligação ao continente é evidenciada. A proposição oscila entre ser ou não uma ilha em abordagens distintas, podendo provocar certa confusão ao não deixar claro ao que de fato se refere. O que é ilha? O que não é?
“Máquina do Tempo”, Leandro Serpa (Florianópolis/SC)
A exposição transita entre o conceito da gravura – monotipia- e as relações conceituais da marca, impressão e do tempo de criação artística. O tempo é agente da imagem no mesmo sentido que a arte acompanha as questões do fazer e do processo de criação. Ao propor uma série de monotipias onde a impressão é marcada pelos materiais alternativos e pouco convencionais, o artista abre a possibilidade de interpretações, além de constatar a atuação necessária dos procedimentos do ateliê para sua criação. Junta-se a isso o conceito de temporalidade dos objetos, das engrenagens e do circuito maquinário que compõem não somente o viés do procedimento, mas do próprio conjunto temático.
“Olhos”, Charles Steuck (Blumenau/SC)
“Para além do velho e cansado debate figurativismo versus abstracionismo, boa parte da pesquisa fotográfica de Charles Steuck está relacionada com o problema representacional da fotografia. Problema estético sem dúvida, mas também político e ético. Ao esvaziar a foto de representações, sem cair no sem cheiro, sem sabor do abstrato, Charles presenteia seu observador com uma poética tarefa: inventar sentidos a imagem.” Edio Raniere
As obras poderão ser vistas em uma exposição do Sesc por cidades do interior catarinense.