Solenidade teve a presença de autoridades como o superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi e o presidente da Fetaesc, José Walter Dresch
Uma vida dedicada ao trabalho no campo passou a fazer ainda mais sentido para a produtora de hortaliças Agnes Chipanski Weiwanko, de 50 anos, no último fim de semana. Natural de Porto União, ela mora em São José, na Grande Florianópolis, e integrou a turma de 25 alunos que recebeu o diploma de Técnico em Agronegócio promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), no polo presencial do município.
“O curso me deu elementos para repensar e otimizar a atividade que desenvolvo ao longo da minha vida. A gestão do trabalho no campo é essencial para a sobrevivência das pessoas que dependem dele. Com o técnico em agronegócio aprendi como agregar valor aos produtos, calcular, divulgar. A vivência eu já tinha e agora me sinto ainda mais capacitada tecnicamente”, avaliou a formada, que também atua na capacitação de mulheres no meio rural.
Para a estudante Alexandra Rodrigues Sandeski, de 27 anos, o caminho foi diferente: formada em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ela já tinha acesso à teoria. Com o curso técnico, conheceu a realidade das propriedades e dos produtores, com quem pretende trabalhar daqui para a frente. “O curso superior dá um aporte acadêmico, mas tive mais trabalhos práticos e noções de gestão com o curso técnico. Aliar os dois foi a melhor coisa que fiz pela minha formação. Sou muito grata ao Senar/SC por essa oportunidade”, observou a jovem.
Já para o comerciário Elói Werle, de 50 anos, que tem raízes no campo e trabalhou com a agricultura quando era mais jovem, o curso proporcionou uma possibilidade de retornar às origens. “Eu espero poder voltar a trabalhar com o meio rural”, destacou, contrariando a tendência do êxodo rural.
Estreitar os caminhos entre o produtor e as políticas públicas voltadas à agricultura, dar noções de gerenciamento de custos, qualificar e preparar os alunos para a gestão de propriedades são alguns dos objetivos do curso. Oitenta por cento das aulas são à distância e 20% presenciais. Os profissionais saem habilitados em gestão e comercialização do agronegócio. Atualmente Santa Catarina conta com 12 polos presenciais em: Araranguá, Braço do Norte, Campo Alegre, Campos Novos, Canoinhas, Fraiburgo, Lages, Rio do Sul, Seara, São Joaquim, São José e São Miguel do Oeste.
O superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, salientou que o curso é voltado, preferencialmente, para produtores e filhos de produtores rurais com o objetivo de estimular a sucessão familiar e a permanência no campo e, segundo ele, isso só é possível por meio de capacitação rural. “O produtor precisa se qualificar para que a atividade seja cada vez mais rentável e, assim, garanta qualidade de vida, saúde e bem-estar no campo, incentivando para que as próximas gerações invistam também na atividade”.
De acordo com o presidente da Fetaesc, José Walter Dresch, a gestão no campo pode ser a diferença entre a manutenção das pessoas na atividade ou a falência do negócio rural. “Qualquer ajuste financeiro é decisivo para os produtores, por isso a importância da qualificação do negócio”, complementou.
A solenidade de formatura da turma do polo presencial de São José aconteceu no Clube 7, em Palhoça, na Grande Florianópolis. O curso é totalmente gratuito e promovido, no município, em parceria com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), local onde as aulas presenciais são realizadas.