A quantidade de nascimentos de pessoas com deficiência pode ser reduzida com medidas de prevenção. Esse é o foco do Seminário sobre Prevenção de Deficiências, realizado nesta quarta-feira, 23, pela Federação das Apaes do Estado de Santa Catarina (Feapaes), em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, no Auditório Antonieta de Barros da Assembleia Legislativa. As informações são da Agência Alesc.
Na primeira parte do seminário, a fonoaudióloga Roberta Lopes de Castro Martinelli palestrou sobre o protocolo de avaliação do frênulo lingual para bebês. Ela é autora desse protocolo, que prevê o diagnóstico precoce da língua presa. O chamado teste da linguinha deve ser realizado no primeiro mês de vida da criança para avaliar se existe alguma alteração no “fio” embaixo da língua que limite o movimento. “Essa alteração atinge 16% da população e tem como principais consequências o desmame precoce dos bebês e o desenvolvimento de problemas de fala”, explicou. Após diagnosticado, o problema pode ser corrigido com um procedimento cirúrgico simples feito em ambulatório.
Tramita na Assembleia Legislativa projeto de lei que obriga a realização do teste da linguinha em todos os recém-nascidos nos hospitais e maternidades. O PL 15/2013, de autoria do deputado José Nei Ascari, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no dia 15 de abril e atualmente está na pauta das comissões de Saúde e de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. O projeto foi aprovado na CCJ com emenda do deputado Jean Kuhlmann (PSD), que condiciona a realização do teste na unidade de saúde onde ocorreu o parto da criança.
Uma em cada dez pessoas possui algum tipo de deficiência e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70% das deficiências podem ser evitadas com prevenção. Em Santa Catarina, 90% das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) estão engajadas no programa de prevenção, informou o presidente da Feapaes, Júlio César de Aguiar. “Vamos encomendar ao IBGE que faça um censo específico daqui a alguns anos, pois temos a certeza de que a curva de nascimentos de pessoas com deficiência vai despencar”, disse.