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Florianópolis, 24 novembro 2024
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Semana pelo Respeito e não-violência às Diversidades apresenta documentário e filme nesta quarta

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A Semana pelo Respeito e não-violência às Diversidades, organizada pelos Núcleos Mover e Nuvic, está sendo realizada até o dia 20/11, e apresenta nesta quarta, 18/11, o documentário Maciço e o filme Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado, além de promover, no Largo da Alfândega, a elaboração de grafites e apresentação de Hip-hop.

O evento acontece concomitantemente e em conjunto com a Semana da Consciência Negra, e é uma continuação da campanha de conscientização “Investida pelo Respeito e pela Paz”, que se iniciou no período de comemoração de 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 2008.

A semana pretende envolver toda a comunidade da UFSC, com atividades em vários centros. O objetivo, segundo Luiz Antonio Ryzewski, do Núcleo Mover, é “enfatizar o respeito à vida, à pluralidade e à diversidade, atentando às diversas formas de violência expressas ou veladas, muitas das quais são naturalizadas no dia a dia, mesmo nos espaços de aprendizado e de cultura como são as universidades e as escolas. Queremos desenvolver relações de igualdade, de oportunidades e de respeito para todas as pessoas”.

Mais informações pelo telefone 3721-8702 do Núcleo Mover,com Luiz Antonio Ryzewski ou email: respeitoepaz@ufsc.br


Confira a programação

Segunda, 16/11

8h30 – Solenidade abertura com palestra Criação de Comissão de Combate ao Racismo em Florianópolis, com dr. Marcelo Petry, procurador de Justiça (RS), dr. Marcos Silva (OABRJ), vereador Márcio de Souza, presidente da Comissão Educação, Cultura e Desporto da Câmara Municipal de Vereadores Florianópolis, Dra. Marta Holanda Lobo, coordenadora municipal de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial (COPPIR); Valdeonira dos Anjos, presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR) e dra. Flávia Lima, do Conselho Estadual de Populações Afro-descendentes.

Terça, 17/11

15h – Exposições e apresentações de grupos artísticos com temáticas afro-brasileiras – Mitos, Afrocatarina, Diáspora, Batucajé, Fanta Konate e Bengaly Konate (Guiné);
Troupe Djembodom (SP).

17h – Fórum dos Representantes das Religiões de Matriz Africana de Florianópolis –
Câmara Municipal Floripa

19h – Sessão Especial do Plenário da Câmara Municipal Florianópolis – “20 de novembro” e entrega de medalhas “Zumbi dos Palmares” – Câmara Municipal Floripa

Quarta, 18/11

14h – Documentário Maciço – Auditório do CFH

15h – Elaboração de Grafite com apresentação de Hip-Hop – com b.boys, M.Cs, DJs e rappers convidados – Largo da Alfândega

19h30 – Lançamento e debate do filme Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado – Auditório do CFH, com a presença do diretor Joel Zito Araújo (ganhador de 5 Kikitos) e Isabelle Cabral, da Pipa Produções.

Quinta, 19/11

9h – 12h Seminário “Estatuto da Igualdade Racial – metas e desafios”

14h – Filme histórico da Paz Marcha Mundial pela Paz e não-violência
14h30 – 17h30 17h30 Círculo de Diálogo – Diversidades, respeito e violências –
Com os grupos Educação Intercultural e Movimentos Sociais (Mover), Vida e Cuidado (Nuvic), Núcleo estudos violências; Núcleo de Estudos da Terceira Idade (Neti); Programa Atividade Motora Adaptada (AMA); e Ciência e Espiritualidade – evolução da mente humana – No auditório do CED.

Sexta, 20/11

19h – Sarau Boca de Cena e lançamento de Antologia Poética – Auditório CCE Bandas: Desclassificados, Juliana Impaléa e Erick Klein, Gustavo e Vivix
Mágica: Oswaldo Junior
Curtas: O maior ponto de ônibus do mundo (direção de Chico Caprário);
Sereia (d. yannet briggiler)
Ângelo, o coveiro (direção de renato turnês)
Teatro: Rossano Pio
Poesia: Kellen Flôr, Yarssan, Jozé Amorim Michael, Clair Leal
Moda: Ovelha Negra
Dança: Alessandra Gutierrez da Cruz
Artes Plásticas:
Rogério Messias


Saiba mais:

Documentário Maciço

Projeto contemplado no Edital Cinemateca Catarinense / Fundação Catarinense de Cultura, Maciço é um documentário sobre Florianópolis. Mais ainda, sobre uma Florianópolis invisível.

A idéia do filme partiu do diretor Pedro MC, quando começou a contrapor a imagem forjada na mídia dos morros da Capital, com a imagem inventada da Capital, de cidade estritamente turística com melhor qualidade de vida do país.

Com pesquisa, entrevistas e co-produção de Karen Christine Rechia, doutoranda em Educação na Unicamp, o projeto foi iniciado em 2004, e cinco anos depois teve a sua primeira exibição, com entrada franca no Cinema do CIC.

“O maior desafio foi criar uma linha narrativa capaz de abranger tanta diversidade”, conta Luciano Burin, roteirista do projeto, referindo-se à escolha da equipe em registrar as 17 comunidades que compõem do Maciço do Morro da Cruz. “Montamos uma diretriz que tanto dá espaço para história de vida dos entrevistados quanto à idéia de pertencimento à cidade”, completa.

Foram captadas 102 horas de imagem para um filme de 79 minutos. “Entre um ano de decupagem detalhada mais um ano de edição, conseguimos chegar a um formato onde a linguagem é simples e encadeada, dando força às falas dos personagens”, afirma Yannet Briggiler, montadora do documentário.

A produção contou com o apoio dos próprios moradores, que frequentemente se ofereciam para carregar o equipamento, segurar o rebatedor, tirar fotos e operar uma das filmadoras. “O morro tem fome, muita fome de filmar, de contar histórias, de falar e ser ouvido”, revela Pedro MC.

Para o cineasta, o documentário tem uma finalidade maior, que é exatamente ampliar as fronteiras do audiovisual. “Neste filme, a contrapartida social não está no tema em si, mas justamente na própria realização do mesmo, e é assim que deve ser com qualquer filme de ficção, animação ou documentário: a contrapartida é cultural”.

Como dispositivo de filmagem, foram realizados encontros da equipe com moradores dos morros, ora em entrevistas pré-marcadas ora com personagens escolhidos ao acaso, “criando o que se pode chamar de uma maior `fluorescência` nos depoimentos, flertando com o chamado cinema direto, ou cinema verdade”, defende o diretor.

Dentro de toda essa diversidade de escolhas, a que se sobressaiu foi a de não filtrar os depoimentos, respeitando o tempo de cada personagem, seja ele criança ou idoso. “Questões como o acesso à cultura e aos meios de produção acabam sendo mais importantes do que a problemática do tráfico e a relação com a polícia”, avalia Pedro MC. “Ainda decidimos entrevistar apenas moradores da região, sem depoimentos de sociólogos ou especialistas que lá não vivem”.

O filme retrata parcelas da população que vivem na região mais central de Florianópolis e ainda sim são consideradas periféricas, e que demandam muito mais da política social de acesso à cultura e esporte, do que, como se pretende acreditar, de turismo.

Filme Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado

Cerca de 900 mil pessoas são traficadas pelas fronteiras internacionais a cada ano exclusivamente para fins de exploração sexual. Entretanto, apesar de todos os perigos, jovens mulheres brasileiras, geralmente negras, ao entrar no mundo do turismo sexual acreditam que vão mudar de vida e sonham com o seu príncipe encantado.

O filme vai do nordeste brasileiro a Berlim buscando entender os imaginários sexuais, raciais e de poder das jovens cinderelas do sul e dos lobos do norte.