O evento, que faz parte da programação de comemoração dos 32 anos da Fundação Catarinense de Cultura Franklin Cascaes, será na Escadaria da Ubro
O projeto Samba de Terreiro, que vem acontecendo gratuitamente uma vez ao mês no Centro da Cidade, terá uma edição mais do que especial. Atendendo a pedidos do público que nem sempre consegue comparecer aos eventos durante a semana, a próxima edição será neste sábado (27), às 12h, na Escadaria da Ubro. A apresentação faz parte das comemorações dos 32 anos da Fundação Catarinense de Cultura Franklin Cascaes e contará com presenças de músicos e pesquisadores do samba de diversos lugares do país.
Com muito entusiasmo o projeto trará o sambista, compositor e pesquisador Rafael Lo Ré para o próximo evento. Lo Ré é um dos nomes de destaque da nova geração de sambistas de São Paulo. Dono de um vozeirão e de uma palhetada de Cavaco conhecida e apreciada nas rodas de samba de terreiro pelo Brasil afora, Lo Ré tem humildemente levado por onde passa todo seu conhecimento de pesquisa adquirido ao longo de mais de uma década. Juntamente com outros companheiros apaixonados pelo samba tradicional, Rafael ultrapassa sua pesquisa em livros, discos e recortes de jornais e tem se dedicado a ouvir melodias e histórias de integrantes das velhas guardas de escolas tradicionais do Rio de Janeiro. Graças ao trabalho árduo de pessoas como Rafael Lo Ré, temos a possibilidade de conhecer algumas raridades dos primórdios do samba.
Vindos de Curitiba, os integrantes do Sindicatis também integrarão a roda do Samba de Terreiro – o grupo se reúne para cantar sambas de terreiro desde 2010 e realiza suas rodas sem microfones, com instrumentação respeitando as antigas tradições do samba. São dezenas de integrantes cantando em coro composições produzidas principalmente entre as décadas de 1920 e 1960 nas escolas de samba tradicionais do Rio de Janeiro. Além de sambas de compositores do Estácio, Mangueira, Portela, Salgueiro e Império Serrano, entre outras agremiações, o grupo sempre inicia suas reuniões com sambas de compositores da velha guarda do samba curitibano, como o pioneiro Maé da Cuíca, Chocolate, Claudio Ribeiro, entre outros.
E para deixar a roda de samba ainda mais completa, o evento também contará com as participações especiais de Gilmar Oliveira, que virá de Blumenau representando o grupo de samba Família Oliveira, e o pesquisador Carlos Silva, que chegará direto de Salvador e participará da roda acrescentando história ao discurso do orador.
O projeto
O Samba de Terreiro Florianópolis propõe divulgar essa forma de executar o samba e de preservar um dos principais elementos da cultura afro-brasileira, bem como valorizar os guardiões da Velha Guarda. Como diz o coordenador Carlos Raulino, "é o Samba do povo para o povo". Florianópolis realizou a primeira apresentação em três de janeiro de 2017. Na estreia, reuniu mais de mil pessoas na Escadaria do Rosário e, desde lá, já foram mais de 20 apresentações, sempre ganhando a simpatia e o coração do público. Ao todo, são mais de 40 pessoas na equipe entre músicos, pesquisadores e administração.
Antes da apresentação das músicas, os coordenadores iniciam cada roda com a explicação sobre o que é samba de terreiro ou samba de quadra e o objetivo do projeto. Entre os compositores que fizeram história, estão nomes como Silas de Oliveira, Noel Rosa de Oliveira, Dona Ivone Lara, Chico Santana, Paulo da Portela, Padeirinho e Cartola. O público que quiser cantar junto, tem acesso ao caderno das letras através do evento no Facebook.
As edições do Samba de Terreiro Florianópolis são gratuitas e mantidas, até o momento, com o trabalho voluntário dos integrantes. Porém, nas edições mais recentes, passou a contar com apoio financeiro e de estrutura da Prefeitura Municipal de Florianópolis, através da Fundação Franklin Cascaes.
SAMBA DE TERREIRO FLORIANÓPOLIS
Local: Escadaria da Ubro, centro de Florianópolis
Data: 27/07/2019
Horário: das 12h às 15h
Participação aberta ao público
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