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Florianópolis, 26 novembro 2024
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Samba de Terreiro no Centro de Floripa comemora dois anos com edição na próxima segunda-feira

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Há dois anos o Samba de Terreiro realizava na Escadaria do Rosário, no Centro de Florianópolis, a primeira edição do projeto, que logo de início atraiu um público de mais de mil pessoas. Até o momento foram 20 apresentações, em que as rodas de samba, organizadas de forma voluntária e com o objetivo de valorização da música e cultura em torno do samba, conquistaram o público. Na próxima segunda-feira, 21,, das 18h às 20h, ocorre a 21ª apresentação do projeto e com o apoio oficial da Fundação Cultural Franklin Cascaes e Prefeitura Municipal de Florianópolis.
 
Ao todo, são cerca de 40 pessoas envolvidas diretamente com o projeto “Samba de Terreiro”, que surgiu com a intenção de preservar e divulgar a memória de uma das manifestações culturais musicais tocadas, cantadas e dançadas – inicialmente nos terreiros e, depois, nas quadras das escolas samba do Rio de Janeiro e de Florianópolis a partir dos anos de 1930. 
 
Mesmo tendo sido realizado inicialmente na Escadaria do Rosário, até mesmo como forma de demarcar um espaço histórico e dos movimentos populares na Capital, através de décadas, o projeto Samba de Terreiro tem o propósito de ser itinerante. As apresentações podem acontecer em outros bairros ou até cidades.  

Histórico 

“Samba de terreiro, ou samba de quadra, é a raiz do samba de Florianópolis. Antigamente, os nossos sambistas traziam samba do Rio de Janeiro para cá, tendo como destaque o saudoso sambista Abelardo Henrique Blumemberg, o Avevouz, que também era compositor. Para eles, o samba nasceu no bairro do Estácio, lugar onde também surgiu a primeira escola de samba”, explica o historiador de samba Carlos Raulino, um dos coordenadores do projeto. 

Ele destaca que uma das principais características do projeto é o respeito à execução e andamento dessa modalidade do samba. “Também é uma roda aberta a novos talentos, desde que entendam a hierarquia do sambista: respeito aos mais velhos e a preservação da memória do samba e das Velhas Guardas”.

O “Samba de Terreiro” tem como finalidade manter a roda de samba com inspiração no que era tocado ou cantado nos terreiros das escolas de samba e não são admitidos instrumentos ou releituras que levem a outros ritmos do próprio samba. A roda de samba valoriza uma maneira de executar o samba e de preservar um dos principais elementos da cultura afro-brasileira, além de valorizar os guardiões da Velha Guarda.

Antes da apresentação das músicas, os coordenadores iniciam cada roda com a explicação sobre o que é samba de terreiro ou samba de quadra e o objetivo do projeto. Entre os compositores que fizeram história, estão nomes como Silas de Oliveira, Noel Rosa de Oliveira, Dona Ivone Lara, Chico Santana, Paulo da Portela, Padeirinho e Cartola.