(Editorial, DC, 27/10/2009)
Dois eventos que começaram ontem, e se estendem até sexta-feira, em Florianópolis, confirmam a cidade como um novo e atraente polo de geração tecnológica e inovações: o 19º Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e o 3º Fórum Global de Inovação e Empreendedorismo. Esta inegável vocação da Capital não nasceu da noite para o dia, nem por acaso. A semente foi plantada com a fundação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que completará 50 anos em 2010, e, mais especificamente, com a criação do seu Curso de Engenharia Mecânica, que deu origem a um centro tecnológico que é referência na América Latina. Outro momento decisivo nesta marcha rumo ao futuro foi a criação, nos anos 1980, da primeira incubadora tecnológica de empresas na Ilha de Santa Catarina, pelo governador Vilson Kleinübing, cuja administração apostou forte no segmento.
Apesar de todas as condições locais favorecerem o êxito do projeto, que é perfeitamente adequado ao delicado ecossistema insular, ainda resta muito a fazer para a transformação da Ilha da Magia em Ilha do Silício – numa eloquente alusão ao poderoso polo de tecnologia e conhecimento na região da Califórnia no entorno da Universidade de Stanford. Significa dizer que, para atrair investimentos privados e novas empresas, a cidade ainda precisa resolver problemas que vão da falta de mobilidade à violência nas ruas. E também há que sanar algumas graves deficiências de infraestrutura básica e de serviços públicos.
Para o presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), os dois eventos que estão em andamento na Capital representam um passo decisivo nesta direção. Hoje, Florianópolis conta com mais de 450 empresas de base tecnológica, entre elas algumas que são líderes nacionais nas suas especialidades e dispõe de farta mão de obra qualificada por seus cursos superiores e técnicos. Uma plataforma sólida para o salto ao futuro. Quase meio século depois da fundação da UFSC, e mais de duas décadas após a instalação da primeira incubadora de empresas de base tecnológica, a nossa “Ilha do Silício”, mais do que um sonho, é um objetivo que pode e deve ser atingido nos próximos anos, consolidando em definitivo esta vocação da região e firmando-a como um centro internacional de geração de inovações e tecnologias de ponta.