O escritor e poeta Rodrigo Capella, colaborador do DeOlhoNaIlha e autor de seis livros, prepara para agosto o lançamento virtual de mais três obras inéditas, publicadas pelo Clube de Autores. São elas: “@ntologia online” (reúne textos dos escritores que participam da comunidade do Orkut “Dicas para publicar um livro”, criada por Capella); “Loucuras de um escritor” (traz textos sobre a viagem do escritor a Europa); e “Dicas para escrever, publicar e vender um livro” (com cinquenta orientações para quem quer entrar no mercado editorial).
O autor também de “Transroca, o navio proibido”, que está sendo adaptado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer, adianta para os leitores do De Olho na Ilha alguns trechos do seu livro “Loucuras de um escritor”. Acompanhe:
“E lá fui eu, rumo a York… Ir para York é como ir para qualquer outra cidade do interior da Inglaterra. Aliás, é como ir para qualquer cidade do interior de qualquer país. Vou citar uma: Ardmore, uma cidade americana, escondida no Estado de Oklahoma, onde morei por seis meses. Foram os mais longos da minha vida: na cidade não acontecia nada, ninguém morria, ninguém nascia. Era uma cidade parada no meio de um país de atmosfera agitada”.
“Todos os habitantes daquela cidade sabiam onde ficava a 221B Baker Street e, portanto, não foi difícil encontrar a pequena casa de Holmes. Lembro-me muito bem de “Um Estudo em Vermelho”, que foi o seu primeiro desafio como detetive profissional. Depois, vieram também “O Signo dos Quatro” e “O Cão dos Baskervilles”, considerado por muitos especialistas como o melhor caso de Holmes ao narrar a morte de Hugo Baskerville por um suposto cão diabólico”.
“Minha ida a Paris sempre foi planejada e em grande estilo: Torre Eiffel, Louvre e Galeria Lafayete. Estava ansioso, mas me continha. Afinal, tinha deixada a melhor parte da viagem para o final. O motivo: lá, eu poderia gastar todos os euros que haviam sobrado e poderia também conhecer a noite parisiense”.
“O frio na cidade parisiense era realmente intenso. O relógio batia sete da noite e eu não aguentava mais usar luvas, cachecol, blusa de lã. Eu sabia que em Paris se fazia frio, mas não esperava tanto. Comportei-me, sem ter escolha, como um Homem de Aço para andar tranquilamente. Quem olhava pra mim, achava que eu era um maluco: estava morrendo de frio, mas sorria e meus dentes brilhavam”.
“Fiquei pouco tempo em Liverpool. A cidade é pequena, os bares fecham cedo e as mulheres não caíram na minha conversa. Sem atrativo algum, me mandei para a capital inglesa. Londres, em alguns aspectos, me lembrou as grandes cidades brasileiras: trânsito, mendigos, fumaça pra todo lado e muitos imigrantes. É lógico que não foi difícil encontrar brasileiros. E das maneiras mais engraçadas”.