26 anos após primeira cirurgia bariátrica no Estado, médico segue os passos do pai e é pioneiro em procedimento com robô britânico mais avançado do mundo
Dois dias depois de realizar a primeira cirurgia bariátrica robô-assistida da Grande Florianópolis, o cirurgião bariátrico Nicholas Kruel, realizou a primeira cirurgia bariátrica das Américas com a técnica Sleeve (remoção de parte do estômago) por meio do robô Versius, o mais avançado do mundo. O procedimento foi realizado no sábado, 4 de junho, no Hospital de Caridade, em Florianópolis.
Além do marco histórico na Medicina, a data é bastante especial para o médico, pois há 26 anos seu pai, o cirurgião geral Nicolau Kruel, foi o primeiro a realizar a cirurgia bariátrica em Santa Catarina. Agora é Nicholas o pioneiro no Estado, desta vez com a robótica.
“Fico muito feliz, especialmente porque o meu pai foi pioneiro e, décadas depois, vou ter a honra de ser pioneiro na mesma especialidade, dessa vez com o robô, um avanço da ciência. Estamos despontando e o Hospital de Caridade está com uma excelente estrutura na área de robótica para receber os pacientes”, afirma Nicholas Kruel.
A primeira paciente operada com cirurgia robótica em Florianópolis, Ida Teresinha, 38 anos, moradora de Ituporanga. Ida conta que optou pela cirurgia bariátrica porque o sobrepeso dificultava algumas atividades, inclusive brincar com os filhos. “Passamos por lutos na família, que acredito que contribuíram para a dificuldade de emagrecer. Tentei várias dietas e vivi o efeito sanfona. Quero viver mais e ciente dos riscos que o sobrepeso trás para a saúde, optei pela cirurgia bariátrica. Claro que a cirurgia contribuirá para a estética, mas não é somente disso que se trata. Eu busco saúde, porque tenho dois filhos, de cinco e sete anos, e quase não tenho energia para brincar com eles e realizar tarefas diárias”, explica ela, que antes da cirurgia pesava 97kg.
A equipe que realizou a primeira cirurgia bariátrica robótica de Santa Catarina teve a participação do coloproctologista Carlos Eduardo Domene, do cirurgião geral Nicolau Kruel, do cirurgião geral Bruno Ricciardi e do cirurgião de pâncreas e fígado, Danton Corrêa.
Vantagens da Robótica
A técnica assegura mais precisão dos movimentos de pinça e o detalhamento de imagem que permitem ao cirurgião acessar locais mais específicos.
Na robótica a visão é tridimensional, diferente da videolaparoscopia, que é bidimensional, sendo possível desta forma, ter uma noção de profundidade e acessar, aproximar e detalhar tecidos e fibras mais profundos sem tremores e com menos cortes e sangramentos.
Por ser um procedimento minimamente invasivo, a recuperação do paciente é muito melhor, mais rápida, com menos dor e tempo de internação após a operação. O tempo de cirurgia também é menor do que o método tradicional.
“E uma observação importante. Na alta da primeira paciente, ela relatou não sentir dores. Pode ir para casa 24 horas após o procedimento. É uma situação que nos dá mais segurança ainda no que estamos fazendo e nos incentiva ao aprimoramento e cada vez mais estudo da técnica robótica”, conclui Nicholas.