spot_imgspot_img
Florianópolis, 23 novembro 2024

Relatório do WTTC diz que Santa Catarina tem atrativos mais fortes que as praias

MarketingRelatório do WTTC diz que Santa Catarina tem atrativos mais fortes que...
spot_img
spot_img

Compartilhe

O setor é responsável por 12.5% do PIB local, o equivalente a R$ 14,8 bilhões

O setor de Viagens & Turismo em Santa Catarina deve dobrar nos próximos dez anos. Essa foi uma das conclusões do estudo sobre impacto econômico realizado pelo World Travel & Tourism Council (WTTC), apresentado durante a 9ª Conferência Global sobre Viagens & Turismo, que acontece em Florianópolis, até 16 de maio. O setor, que hoje é responsável 12.5% do PIB local (equivalente a US$ 6,4 bilhões), deve crescer 4,5% ao ano, chegando a uma fatia de US$ 12,8 bilhões do PIB em 2019.

Embora o potencial seja indiscutível, grande parte da região ainda é inexplorada. “O estado de Santa Catarina deve ser um dos maiores segredos turísticos, porque poucas pessoas fora da América Latina, e até mesmo do Brasil, sabem da incrível diversidade de suas paisagens, culturas e pessoas”, comenta Jean-Claude Baumgarten, Presidente e CEO do WTTC, durante o lançamento da pesquisa.

“É a primeira vez que o WTTC, em parceria com a Oxford Economics, mensura a contribuição econômica do turismo para um único estado do Brasil ou da América Latina”, disse Geoffrey J. W. Kent, Chairman do WTTC, Presidente e CEO da Abercrombie & Kent, durante a divulgação do relatório para os integrantes do WTTC e para a Assembléia Anual do Conselho. “Por isso, é uma grande satisfação apresentar essa pesquisa para os anfitriões da Cúpula, o governo de Santa Catarina, a EMBRATUR e o Ministro de Turismo do Brasil”.

O turismo é um setor muito importante para o Estado catarinense sendo responsável por, aproximadamente, 12.5% do PIB local, o equivalente a R$ 14,8 bilhões (US$ 6,4 bilhões) e gerando aproximadamente 500 mil empregos (11,9% de todos os postos de trabalho). E, até 2019, estes números podem ser ainda melhores. O PIB deve crescer 4,5% ao ano e os empregos devem subir 3,2%, para um PIB de R$ 33,8 bilhões (US$ 12,8 bilhões) e 696 mil postos de trabalho.

“Apesar de a previsão ser positiva, temos muito a fazer. A concorrência internacional é acirrada, portanto, todas as partes interessadas deverão fazer um esforço conjunto para chegar a esse cenário”, alertou Baumgarten. “O governo e os parceiros públicos e privados devem garantir que o desenvolvimento do setor turístico seja sustentável – atingindo um equilíbrio saudável entre as necessidades empresariais, a proteção de recursos naturais e o bem-estar da população local”, completa.

“A diversidade de paisagens e culturas, o maior ativo estadual na área de turismo, continua proporcionando grandes oportunidades para crescimento, que deve ser protegida e preservada para gerações futuras. “Esperamos que esse relatório aumente a conscientização do imenso potencial turístico em Santa Catarina, que seja o catalisador para incentivar a indústria e o governo a trabalharem em conjunto para garantir as condições necessárias para atingir esse cenário”, disse Baumgarten.

Maior diversidade de produtos e mercados
No relatório, o WTTC destaca o fato de que o estado de Santa Catarina é conhecido, principalmente, por suas praias – entre as melhores do mundo. Mas a região também conta com outras atrações que podem ter o mesmo apelo, ou até mais, para visitantes em potencial. O desenvolvimento futuro e a promoção de novos mercados e segmentos podem ajudar a aumentar a temporada e diversificar os benefícios de turismo no estado inteiro.

A gestão e o alinhamento de recursos estaduais para aumentar a qualidade de vida de todos os cidadãos, uma responsabilidade do governo estadual, será um aspecto chave no futuro de Santa Catarina. O governo precisa melhorar a educação, avançar a prosperidade econômica, criar oportunidades inovadoras e manter um ambiente seguro e saudável. O setor de Viagens & Turismo pode ajudar a alcançar essas metas e criar as condições necessárias para um turismo saudável.

Desenvolvimento de produtos mais sofisticados
Em termos de potencial de investimento no estado, nos últimos 20 anos o desenvolvimento do turismo e do marketing de Santa Catarina foi, principalmente, direcionado para o mercado doméstico. Países vizinhos como a Argentina, o Uruguai além de outras regiões da América do Sul, buscam os mesmos produtos turísticos: acomodação simples para relaxar nas praias. Isso mostra que houve pouca necessidade de investimento em produtos e serviços mais sofisticados ou atrações de valor agregado, que seriam caros para o turista comum – “cenário que deve mudar se o estado de Santa Catarina decidir concentrar seus esforços na captação de recursos internacionais elevados”, disse Geoffrey Kent. “Mas o retorno sobre o investimento pode se justificar em longo prazo.”

Metodologia
Essa inovadora pesquisa do estado de Santa Catarina quantifica todos os aspectos da demanda do setor turístico, desde o consumo pessoal até compras empresariais, investimento de capital, despesas do governo e exportações. Essas informações são traduzidas em conceitos econômicos de produção como PIB e empregos, para comparação com outras indústrias e a economia em geral. Desta forma, são geradas informações estatísticas confiáveis para os processos decisórios na implementação de políticas públicas ou empresariais.

O estudo, também conhecido como Conta Satélite de Turismo Simulado (Simulated Tourism Satellite Account – TSA), é baseado na estrutura de um TSA, semelhante ao sistema usado para produzir contas de renda nacional. O estudo segue os principais conceitos de Contabilidade Satélite de Turismo, divulgados na publicação de 2008, Arcabouço Metodológico Recomendado (Recommended Methodological Framework – RMF) pelas Nações Unidas.

A medida do Produto Interno Bruto Direto de Turismo da RMF é equivalente às medições Diretas da Indústria de Viagens & Turismo divulgadas pela WTTC/Oxford Economics. Baseada nessa medida direta da indústria – ou seja, levando em conta o valor adicional criado indiretamente pela cadeia de abastecimento do setor, mais investimentos e despesas coletivas de governos e exportações de não-visitantes – chegamos a uma medida abrangente do impacto econômico de Viagens & Turismo, que é o PIB Econômico de Viagens & Turismo.

Para saber mais sobre a metodologia empregada pela WTTC/Oxford Economics em Santa Catarina e outros estudos disponibilizados, visite o website do WTTC.