O comércio da região mais antiga da capital catarinense, nos arredores do Terminal Cidade de Florianópolis, está à beira da falência. Desde que o antigo terminal deixou de receber linhas de ônibus municipais e intermunicipais, em 2003, a região ficou praticamente abandonada e os lojistas viram seu volume de vendas cair bruscamente.
Alguns comerciantes estimam perdas de até 80% nos negócios após a mudança no transporte coletivo, que deixou a área suscetível ao aumento da violência, do tráfico de drogas e da prostituição.
A situação levou a CDL de Florianópolis a criar o Núcleo Terminal Cidade de Florianópolis, que reúne os lojistas de ruas como Antônio Luz, João Pinto e Tiradentes. O comércio local ainda sobrevive devido à presença de escolas e cursinhos, que ainda geram algum movimento para as lojas de confecção, sebos, livrarias, galerias de arte, bares e lanchonetes que funcionam naquela região.
“É uma questão de sobrevivência para os lojistas e também para o patrimônio histórico da cidade”, argumenta Osmar Silveira, presidente da CDL, que também lidera um grupo de trabalho que reúne poder público, universidades e iniciativa privada em busca de alternativas para revitalizar o comércio local. “Por estar localizada em uma parte histórica da cidade e ter fácil acesso, a região tem um grande potencial turístico e cultural a ser explorado”, explica Silveira.
Mas, antes de qualquer outra providência, os lojistas consideram a reativação imediata do Terminal Cidade de Florianópolis crucial para a sobrevivência do comércio local. De acordo com o vice-prefeito João Batista Nunes, o terminal deve passar por uma reforma a partir do dia 23 de março, aniversário da cidade, e voltará a receber algumas linhas intermunicipais.
“Dependemos do aumento no fluxo de pessoas pela região e por isso a volta das linhas é fundamental”, atesta Antônio Wiezorkoski, lojista e coordenador do novo núcleo regional da CDL. Assim que o terminal for revitalizado, os lojistas pretendem propor ações conjuntas em parceria com o poder público para estimular o comércio local, como eventos, promoções e atrações culturais. “Mas no momento”, lembra o coordenador, “a preocupação dos lojistas é manter as portas abertas”.