Iniciativa da Prefeitura Municipal de Florianópolis, Fundação Certi e FAPESC permite que computadores dos alunos interajam com o dos professores
A Escola Básica Intendente Aricomedes da Silva, situada no bairro Cachoeira do Bom Jesus, em Florianópolis, recebe no próximo dia 22 de março, às 15horas 500 computadores portáteis educacionais que fazem parte do projeto idealizado pelo norte-americano Nicholas Negroponte, da Fundação OLPC (One Laptop Per Child). Esse projeto prevê que cada criança possua um computador de uso pessoal na escola, a fim de qualificar o processo de ensino aprendizagem e a inclusão social. Além dos laptops, um servidor, cinco projetores multimídia interativos, rede sem fio (WIFI) e conexão à Internet completam o programa, ainda inédito no Brasil, que chega à Santa Catarina por iniciativa da Prefeitura de Florianópolis, Fundação CERTI (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras) FAPESC e Ministério da Educação e Cultura (MEC) financiam o investimento.
Intenções
Segundo o secretário municipal de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável, Carlos Roberto de Rolt, o projeto que será realizado em conjunto com outras entidades, entre elas a UFSC e Udesc está inserido no objetivo de transformar a cidade de Florianópolis na Capital da Inovação. “A implantação desta filosofia faz parte das diretrizes da Secretaria que pretende agir em três frentes: as pessoas, o desenvolvimento tecnológico e a formação de uma rede”, explica o secretário.
Análise
Segundo ele, a inclusão social e digital é disponibilizada para as pessoas, as empresas passam a desenvolver projetos para solucionar os problemas de educação na cidade, se capacitam e têm outra opção para somar ao desenvolvimento econômico local, enquanto a rede formada por diversos órgãos do setor público e privado, por meio de pesquisas científicas, avalia as questões de ensino-aprendizagem e seus impactos, além de oferecer acompanhamento contínuo. “Não vamos apenas entregar e pronto. Haverá toda uma análise sistemática dessa nova modalidade de ensino com o objetivo de desenvolver já nas escolas a cultura da tecnologia”, completa De Rolt.
A Secretaria Municipal de Educação e a Fapesc também têm envolvimento direto no programa e juntos todos os envolvidos pretendem criar uma referência de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias educacionais, como forma de avaliar impactos econômicos e sociais que favoreçam o desenvolvimento regional.
Inédito
Para o superintendente comercial da Fundação CERTI, Laércio Silva, a experiência inédita no país permitirá futuras ações de governo além de oportunidades para empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no desenvolvimento de softwares para o segmento da educação. “Nunca no Brasil foi realizado um experimento que unisse os computadores dos alunos interagindo com um computador de professor dotado de projeção, o que possibilitará uma série de interações entre os alunos e os professores”. Ele conta que tanto os computadores dos alunos como o do professor possuem conexão wireless e poderão trocar informações, controlar aplicativos, acessar bases de dados, entre outros. “O potencial é altíssimo, já que esses computadores foram desenvolvidos com um foco educacional e com a interface de interação e conectividade adequada aos alunos de escolas fundamentais”, detalha Silva.
Integração
O projeto piloto durante o ano de 2010 e pretende criar um ambiente web integrado com o novo portal da Prefeitura Municipal de Florianópolis, com informações detalhadas do andamento de todo processo educacional. Segundo afirmam os técnicos envolvidos na implantação, o sistema irá comunicar e integrar os participantes com a intenção de obter informações para ampliar o desenvolvimento regional de Florianópolis no segmento de Tecnologia da Informação e Comunicação na educação, com envolvimento direto das secretarias de Educação, Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico Sustentável e Universidades.
Desafios
Agora, não só as possibilidades de aprendizagem com as TICs se ampliam, mas também os desafios, pois além dos custos significativos de implantação, a gestão demanda novos procedimentos na política educacional, de administração escolar, preparação e treinamento dos professores. “Estes desafios são oportunidades para as empresas do pólo tecnológico da Grande Florianópolis prepararem-se para atender a este novo mercado, cuja convergência de tecnologias em games, softwares e hardware potencializa estas oportunidades”, analisa Silva, que espera uma ampla formação dos professores, a fim de que a comunidade se aproprie de forma global dos laptops educacionais oferecidos. “Isso representa um papel chave nesse momento em que as escolas recebem novas tecnologias, pois suas práticas profissionais devem sofrer alterações significativas, demandando novas competências. Para ministrar aulas que façam uso intenso dos laptops, o professor terá que, primeiro, conhecer o equipamento e fazer uso pleno de todas as suas funcionalidades oferecidas. Em seguida vem o mais importante, que é aprender a utilizar os equipamentos junto com teorias e práticas pedagógicas para criar aulas inovadoras, capazes de enriquecer a aprendizagem, motivar alunos e melhorar o ensino”, completa.
