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Florianópolis, 20 janeiro 2025

Projeto da UFSC para promover sustentabilidade em comunidades costeiras será lançado hoje

Meio ambienteProjeto da UFSC para promover sustentabilidade em comunidades costeiras será lançado hoje
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O projeto Igaú, iniciativa do Veleiro ECO, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a Universidade Estadual do Paraná (Unespar), será lançado nesta terça-feira, 27 de setembro, a partir das 16h, no Campus da Unespar, em Paranaguá, no Paraná.

O projeto de pesquisa e extensão IGAU (alga, em tupi guarani), é uma cooperação entre a UNESPAR (campus de Paranaguá) e a UFSC, e foi aprovado no edital Camp Ocean da Fundação Boticário e fomentado via Fundação Araucária.

A iniciativa visa demonstrar às comunidades tradicionais do Complexo Estuarino de Paranaguá quais as macroalgas marinhas com potencial de uso, e treiná-las quanto às formas de utilização e manufatura de produtos a partir deste recurso natural. Os quais podem ser comercializados gerando renda adicional familiar, principalmente por meio de mão de obra feminina.

O projeto utilizará o Veleiro ECO, da UFSC, que apoiará todas as atividades de educação ambiental com as crianças, onde será demostrada a importância ecológica e econômica das algas, um recurso negligenciado e pouco conhecido no ocidente.

O ECO foi construído e adaptado para apoiar o desenvolvimento sustentável e a economia azul, por meio de parcerias entre instituições públicas e privadas, apoiando cooperativamente projetos de pesquisas científicas e tecnológicas, inovação e empreendedorismo, serviços tecnológicos e educação ambiental.

Inicialmente, o Igaú vai trabalhar com as comunidades da Ilha Rasa, Guaraqueçaba, Superagui, Ilha do Teixeira e Ilha dos Valadares, e pretende abranger crianças de escolas locais, e treinar no mínimo algumas dezenas de mulheres de cada comunidade.

O projeto aborda a conservação de ecossistemas costeiros do Paraná, aliado ao uso sustentável de recursos macroalgas. Como resultados das mudanças climáticas e dos impactos antrópicos, algumas espécies de algas marinhas crescem desordenadamente, formando florações em determinadas épocas do ano. Porém, a biomassa pode ser aproveitada, e usada em processos de biorremediação de águas residuais não tratadas e ou contaminadas até a manufatura de diversos produtos.

Como para a produção de sabonetes e géis corporais. Portanto, as mulheres das comunidades serão treinadas desde o reconhecimento das espécies de alga no ambiente, até a manufatura destes produtos artesanais e veganos.

De acordo com a coordenadora do projeto, professora Franciane Pellizzari, outro potencial a ser explorado pelo projeto, a partir de biomassa de bancos algais de áreas mais preservadas será o uso comestível, onde as mulheres receberão treinamento para a coleta sustentável, processamento, e fabricação artesanal de compotas e de frondes secas (em “folhas” comestíveis, similares as folhas usadas para preparar sushi), além de outros usos a serem investigados pelo projeto.

Programas similares já foram apoiados pela FAO/ONU, e foram bem-sucedidos em comunidades costeiras do nordeste do país como Ceará, Paraíba e Pernambuco.

Para o coordenador do Veleiro ECO, professor Orestes Alarcon, o ECO, primeiro veleiro de pesquisas oceanográficas do Brasil,  por meio de pesquisas, estudos e treinamentos, vai contribuir para transformar a vida das comunidades locais e para apresentar soluções para a conservação da natureza.

O projeto Igaú é um dos contemplados pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e a Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná que irão destinar R$ 3,7 milhões em apoio financeiro para 19 soluções inovadoras para desafios do oceano e regiões costeiras do Brasil. O projeto tem duração prevista de três anos.