Florianópolis, com seus 351 anos de história – completados no dia 23 de março, é um dos destinos mais procurados no Brasil para os amantes de boa comida, cultura açoriana e paisagens deslumbrantes. Além das praias e da herança histórica, a gastronomia da ilha é uma atração por si só. Entre os pratos típicos que definem a cidade, os peixes e frutos do mar ocupam um lugar de destaque: tainha, ostra e berbigão são apenas algumas das iguarias que fazem parte do cardápio local, cada uma com sua própria história.
Mas, além do que se vê na superfície, há toda uma narrativa por trás desses alimentos que nem todos conhecem. É aqui que entra o Comida com História, um projeto fundado por uma equipe de jornalistas predominantemente catarinenses: Leyla Spada, Amanda Santo e Gustavo Schwabe. Seu objetivo? Descobrir e compartilhar as histórias dos alimentos não apenas de Florianópolis, mas de todo o mundo. Por meio de vídeos, textos e áudios, eles desvendam os segredos culinários que dão sabor à vida das pessoas.
Em comemoração ao aniversário de Florianópolis, o Comida com História lançou um episódio exclusivo de seu podcast dedicado às ostras, um dos ingredientes típicos mais emblemáticos da cidade. As ostras são mais do que apenas comida: são parte integrante da cultura e identidade local, cultivadas nas águas tranquilas das praias da região.
Origem da Fenaostra e temporada da tainha
Leonardo Cabral, proprietário do Freguesia Oyster Bar, localizado em Santo Antônio de Lisboa, tem uma longa ligação com esse universo marinho, seguindo os passos de seu pai, que foi pioneiro no Projeto Ostra décadas atrás. Esse projeto, em colaboração com a UFSC, com o governo estadual e com a prefeitura, não só estimulou o cultivo de ostras, mas também enriqueceu a cultura gastronômica da região. E o sucesso não parou por aí: hoje, Florianópolis é responsável por 92% da produção nacional de ostras. A partir desse projeto, nasceu a Fenaostra, um evento anual que celebra o sabor e a importância da ostra para a cidade há 25 anos, além de toda a riqueza marítima de Florianópolis.
As tradições gastronômicas de Florianópolis não se limitam apenas às ostras. Entre maio e julho, as praias da ilha se enchem com o ritual anual da pesca da tainha, um evento que une comunidades e tradições centenárias. É uma oportunidade de testemunhar a harmonia entre os pescadores e o mar, uma conexão que vai além do alimento em si.
Silvano Santos, pescador da Barra da Lagoa, contou ao Comida com História a rotina dos pescadores: “Os habitantes da região estão familiarizados com a nossa rotina durante a temporada de tainha. Normalmente nos reunimos de manhã cedo ou no fim de tarde, que costuma ser o melhor horário para pesca. Temos os olheiros, que observam atentamente o mar em busca de sinais de cardumes. Quando avistados, os pescadores se movem em sincronia para cercar as tainhas, muitas vezes com a participação de passantes das praias, que se unem ao esforço coletivo”.
Para Leyla Spada, idealizadora do Comida com História, histórias são verdadeiros tesouros culinários e culturais da região. “E é por isso que nos dedicamos a contar essas narrativas únicas em nosso site, revelando os segredos por trás de cada prato e trazendo à tona as receitas transmitidas por gerações
Esse é apenas o início da jornada. A equipe do Comida com História está preparando um Guia Gastronômico de Florianópolis, para aprofundar o estudo das origens dos pratos típicos, desvendar as histórias por trás dos alimentos e compartilhar receitas que ultrapassaram gerações.
Para mais informações sobre essas e outras histórias, acesse https://comidacomhistoria.com.br/
Fotos: Divulgação / Freguesia Oyster Bar
