Primeiro procedimento foi realizado nesta terça-feira (8), como resultado da ação do Movimento Rosa 2022, realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional SC, que contribui com próteses e expansores mamários para minimizar fila de espera
As pacientes da Maternidade Carmela Dutra, em Florianópolis, que aguardam por uma cirurgia de reconstrução mamária pelo SUS, após tratamento do câncer de mama, já começam a receber o auxílio da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Santa Catarina (SBM/SC) na obtenção de próteses e expansores mamários. A falta desses itens causa uma espera de até dois anos e uma fila de pelo menos 30 mulheres na instituição, uma das capacitadas ao atendimento ambulatorial e cirúrgico em mastologia na Grande Florianópolis, onde são realizadas, em média, oito cirurgias mensais para tratamento da doença.
O primeiro procedimento foi realizado nesta terça-feira (8) pela equipe que tem à frente o médico mastologista e associado da SBM/SC, Bráulio Fernandes, autor do projeto. A ação beneficiará quem ainda está com o diagnóstico e se submeterá à cirurgia do câncer de mama (reconstrução imediata), bem como aquelas já operadas previamente, sem a possibilidade desse procedimento no primeiro momento (reconstrução tardia). O projeto terá duração de seis meses.
A aquisição das próteses e expansores mamários é realizada pela entidade, com apoio da empresa farmacêutica Libbs. “Com isso, contribuímos com o Sistema Único de Saúde e, de forma muito especial, com as mulheres que aguardam a reconstrução mamária, fator essencial para a retomada da auto-estima em suas vidas após o tratamento do câncer”, explicou o médico mastologista Fernando Vecchi Martins, diretor da SBM/SC e futuro presidente da entidade.
Além da equipe de mastologistas da Maternidade Carmela Dutra, as reconstruções também serão feitas por mastologistas voluntários de qualquer parte do estado, associados da SBM/SC. “É importante destacar que tudo será feito de forma totalmente gratuita, com o objetivo de agilizar as cirurgias em pacientes agendadas através do sistema nacional de regulação (SISREG), respeitando a fila de quem aguarda o procedimento”, ressaltou.
PANDEMIA CAUSOU REDUÇÃO NAS CIRURGIAS
O câncer de mama é a neoplasia mais frequente em mulheres no Brasil e no mundo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados aproximadamente 66 mil casos/ano para o triênio 2020-2022. A Lei da Reconstrução Mamária, que existe há nove anos, prevê a oportunidade da cirurgia reparadora após a retirada total ou parcial da mama devido ao tratamento de câncer. A paciente tem direito a realizar o procedimento na mesma cirurgia, se houver condições clínicas, ou assim que apresentar os requisitos necessários.
Nos últimos anos, a pandemia da Covid-19 trouxe uma redução nas cirurgias eletivas e estudos internacionais mostram uma diminuição de 11%, podendo chegar até 49% nas reconstruções pós-tratamento de câncer de mama. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, no Brasil essa situação não foi diferente. “A SBM/SC realiza anualmente campanhas e ações práticas para melhorar o atendimento das mulheres catarinenses e, desde 2020, com o surgimento do projeto da nossa própria Sociedade, o Movimento Rosa, apoia atividades que buscam minimizar os entraves do atendimento no SUS, para colaborar com a melhora e os resultados de todos os cenários que envolve o câncer de mama, que são a prevenção, o diagnóstico e o tratamento”, destacou Fernando Vecchi Martins.
Na foto, equipe que realizou a cirurgia: Júlia Volpato (médica residente), Patrícia Pavei Malucelli (anestesista), Bráulio Fernandes (médico mastologista) e Luiza Ramos (médica mastologista).