O livro da jornalista Sheila Ana Calgaro será lançado amanhã no Casarão da Lagoa, com o apoio Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes e da Casa dos Açores. O evento começa às 19h.
Sheila Calgaro narra histórias da rotina de vida de pescadores, familiares, amigos e pessoas ligadas direta e indiretamente à atividade pesqueira catarinense. São pessoas como Pinta Preta, Salma Benta e Dona Lica que dão o tom da narrativa ao contar suas histórias. A partir desses relatos, é traçado um panorama sobre os aspectos sócio-culturais dos embarcados e sobre a trajetória da pesca industrial em Santa Catarina, principalmente na região de Itajaí – cidade considerada o maior porto pesqueiro do Brasil.
O lançamento do livro “Vidas separadas pelo mar” será recheado com exposição de banners e fotos e trechos de histórias contadas no livro. A exposição fica aberta até o próximo dia 27.
Sobre a obra
O livro-reportagem “Vidas separadas pelo mar” reúne narrativa retratando a vida de pessoas relacionadas à pesca industrial em Santa Catarina. O objetivo maior é registrar memórias e vivências de cidadãos anônimos que somem frente aos números e dados oficiais quando se trata da atividade pesqueira.
A autora nos apresenta histórias como a de Pinta Preta, pescador português que trabalhou em embarcações ainda movidas a carvão e foi pioneiro em explorar os mares do extremo-sul do Brasil. A vida de Virgínia, solitária em sua casa, convivendo com a constante espera pelo marido.
As lembranças de Ricardo, sobrevivente de um naufrágio, que ficou quatro dias à mercê do oceano. A tristeza de Salma Benta, ao perder três filhos para o mar. As mãos milagrosas da benzedeira Dona Lica a abençoar o Santa Luzia, que voltou com o porão cheio de peixe. A intensa procura por emprego, enfrentada por Luiz Carlos, após abandonar a pesca para tentar uma vida em terra. Histórias também vivenciadas por Sheila, a bordo do barco Monkfish, durante cinco dias em alto-mar, com dez pescadores.
“Foi a maneira mais viva que encontrei para trazer minhas impressões e sensações ao texto meramente informativo. Para relatar a rotina estafante destes homens a puxar centenas de metros de rede, durante o dia inteiro”, explica a autora. Desta forma, o livro se divide em 14 capítulos com histórias de vidas e aqueles nos quais a autora narra, em primeira pessoa, a experiência em alto-mar.