spot_imgspot_img
Florianópolis, 25 novembro 2024
spot_imgspot_img

Pesquisa do Sebrae/SC indica que em relação ao início da pandemia, impacto em pequenos negócios catarinenses reduz para 4 em

NegóciosPesquisa do Sebrae/SC indica que em relação ao início da pandemia, impacto...
spot_img

História da padroeira de Santa Catarina será contada pela NDTV e Jornal ND 

Projeto estreia nesta segunda-feira, 25 de novembro, com caderno e reportagens especiais.No...

Veja como fazer a 1ª exposição individual da carreira em Florianópolis

Fundação Cultural BADESC abre Chamada Pública para mostras no...
spot_img

Compartilhe

 

Número é menor quando comparado ao 2º trimestre de 2020, quando 7 em cada 10 pequenos negócios sentiam-se prejudicados

 

Uma pesquisa do Observatório de Negócios do Sebrae/SC, realizada com 810 Micro e Pequenas Empresas catarinenses, entre 1 e 20 de abril, avaliou o desempenho da atividade econômica do primeiro trimestre de 2021 (janeiro a março/2021) e as expectativas dos pequenos negócios para o segundo trimestre do ano. O impacto das mudanças provocadas pela pandemia ainda é sentido pelos pequenos negócios, mas em proporção menor do que no 2º trimestre de 2020. Naquele período, 7 em cada 10 MPEs apontavam essa dificuldade, e neste trimestre, apenas 4 em cada 10 empresas sentem-se afetadas pela pandemia, mesmo com a nova onda de casos.

 

Neste trimestre também foi identificado a diminuição do poder aquisitivo da população e a inadimplência dos clientes, associada a situação econômica desfavorável do país, que contribuiu para a queda das vendas, sendo registrada por 49,5% dos empresários. Com o reaquecimento das atividades, também aumentam as dificuldades com atraso de fornecedores, acesso à matéria prima  e o aumento dos custos.

 

Apesar da queda nas vendas no trimestre, uma parcela de 20,5% contabilizou ganhos de faturamento, comparado ao trimestre anterior. Por isso, o índice de situação atual de vendas ainda indica aumento 65% superior ao registrado no 1º trimestre de 2020, sendo a queda mais um impacto causado pela sazonalidade, o que fortalece os indicativos de retomada econômica.

 

Apesar da queda de vendas e faturamento, apenas 19,7% registraram prejuízos, o que indica que a redução não foi tão intensa a ponto de comprometer o equilíbrio econômico dos negócios. Inclusive, 24,7% registraram lucro. Os que mais registraram lucro no período foram a indústria (24,5%), as PEs (24,3%) e a MEs (21,2%).

 

Formas de pagamento aceitas no negócio

 

As formas de pagamento usualmente utilizadas por pequenos negócios catarinenses são dinheiro, cartões de crédito e débito, no entanto, o pix surgiu como uma nova alternativa e já é utilizado por 45,8% dos PNEs.

 

Vendas na internet

 

No 1º trimestre deste ano, as vendas pela internet e redes sociais chegaram em um ponto de estabilização, representando 71,5% de pequenos negócios que realizaram vendas pela internet ou redes sociais.

 

A busca por diferentes ferramentas, entre aqueles que já utilizam as mídias digitais, segue como uma estratégia competitiva de micro e pequenas empresas. O marketplace teve um salto de 6,3% para 28,6% no período de cerca de um ano.

 

Contudo, percebe-se baixa adoção de estratégias diferenciadas de promoção de vendas no ambiente digital, 52,7% realizam divulgação e postagens em redes sociais, outros 34,6% promoções periódicas, mas apenas 5,90% adotam ações mais especializadas para o marketing digital, como anúncios, mídia paga e desconto por compartilhamento de posts e brindes.

 

O uso de canais digitais consolida-se como diferencial para o sucesso dos negócios. Empresas que utilizam estas ferramentas registraram 21% de aumento de vendas no 1º trimestre de 2021, e as que não utilizam, cresceram em vendas e faturamento apenas 13,9%, confirmando o modelo digital como ferramenta de sucesso.

 

Compras

 

Assim como o comportamento das vendas, as compras também recuaram no trimestre, caindo 48,7% em relação ao último trimestre de 2020. No entanto, manteve-se superior em 31,2% ao registrado no mesmo trimestre de 2020, onde apenas 11,6% ampliaram suas compras. No período atual, este quantitativo foi de 18,7%.

 

Produtividade

 

O índice de situação atual de produtividade caiu 46,4% em relação ao trimestre anterior, mas ainda permanece muito superior, representando aumento de 59,5%, ao registrado no início da pandemia, no primeiro trimestre de 2020.

 

Entretanto, há também o sentimento de que a produtividade dos colaboradores foi impactada pela pandemia. Cerca de 41,2% dos empresários sentem sua equipe menos produtiva agora, comparando seu desempenho ao período anterior à pandemia, 14,2% acham sua equipe mais produtiva agora do que antes da pandemia, e 44,6% acham que seus empresários mantêm a mesma produtividade de antes da pandemia.

 

Empregos

 

Apesar de tímido, o movimento é de recuperação de postos de trabalho. Mesmo com a retração de vendas no primeiro trimestre do ano, movida principalmente pela sazonalidade, parte das vagas de empregos fechadas nos primeiros meses da pandemia vem sendo recuperada, com crescimento de 1,1% de contratações no período.

 

Investimento

 

As empresas investiram mais no 1º trimestre, representando 19,7%, quando comparado ao trimestre anterior, que teve um investimento de 18,1%, o que demonstra um indicador de confiança na retomada da economia por parte dos empresários. Inclusive, 5 em cada 10 empresários têm direcionado seus investimentos à infraestrutura, espaço, equipamentos e veículos, indicando a intenção de ampliar o negócio ou melhorar o processo produtivo. 

 

Chama atenção o volume de investimentos em estoques, que respondem por 37,2% das iniciativas. Esse número indica uma preocupação dos empresários em manter sua capacidade de fornecimento, que atualmente enfrenta dificuldades por disponibilidade de insumos ou de variações de custo.

 

"A atuação do Sebrae/SC é percebida em todos os indicadores do negócio, de modo mais elevado na realização de investimentos. No primeiro trimestre de 2021, as empresas atendidas investiram o triplo das que não foram atendidas, representando 19,4%", afirma o diretor técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro.

 

Expectativas para o segundo trimestre

 

As expectativas para o próximo trimestre são positivas e os empresários têm sido bastante realistas em suas projeções. O esperado é um aumento de vendas para o 2º trimestre de 2021, ainda não tão elevado como em anos anteriores, de 2017 a 2019, mas significativamente superior ao mesmo trimestre de 2020. Cerca de 42,6% dos empresários responderam que pretendem aumentar suas vendas.

 

As compras também devem aumentar no próximo trimestre, sendo que 35,2% dos PNEs esperam comprar mais do que compraram entre janeiro e março de 2021.

 

O indicador de produtividade reforça o realismo dos empresários em suas previsões.  Para o primeiro trimestre, apenas 16,7% esperavam aumento de produtividade e o índice, de fato, foi de 22,1%, bastante próximo. Para o próximo trimestre, com aumento de vendas e faturamento esperado, a expectativa é de aumento da produtividade, que deve chegar a 39% de PNEs neste movimento de crescimento.

 

O total de empresas que pretendem realizar investimentos no próximo trimestre cresceu apenas 0,8% em relação ao total que investiu entre janeiro e março de 2021, no entanto, comparado ao segundo trimestre do ano passado, teve elevação de 9,4% para 20,5%. Outro ponto é que o perfil de investimentos mudou, considerando que em trimestres anteriores o foco era na ampliação ou implantação de vendas digitais e na estrutura do negócios, e para o próximo trimestre indica a ampliação de estoques, consolidando a preocupação com a cadeia de fornecimento.

 

Em relação à situação econômica do país, apenas 29,3% dos pequenos empresários catarinenses acreditam que a economia brasileira vai melhorar no segundo trimestre do ano. Apesar de não esperarem uma piora da economia, 56,8% acredita em um cenário sem mudanças.

 

A geração de novos empregos perderá intensidade em relação aos trimestres anteriores. Os empresários apostam em novas contratações para o próximo trimestre da ordem de 0,8% de aumento no quadro de colaboradores.

 

"Percebemos que o cenário ainda não é favorável e que os pequenos negócios enfrentam desafios, mas acreditamos que os desafios superaram os impactos diretos da pandemia já enfrentados, como desabastecimento, inflação alta e perda do poder de compra", conclui Luc Pinheiro.