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Florianópolis, 23 novembro 2024

Pesquisa do Observatório de Negócios do Sebrae/SC aponta que aumento de custos é a principal dificuldade dos negócios catarinenses

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A pesquisa também identificou menos empresas com aumento de vendas

Uma pesquisa do Observatório de Negócios do Sebrae/SC, realizada com 810 Micro e Pequenas Empresas catarinenses, entre 10 e 25 de outubro, avaliou o desempenho da atividade econômica do terceiro trimestre de 2022 (julho a setembro/2022) e as expectativas dos pequenos negócios para o quarto trimestre do ano. Apesar de menos intenso que o trimestre anterior, o aumento dos custos é a principal dificuldade para os pequenos negócios catarinenses, registrada por 26,5% dos empresários.

Além do aumento de custos, a queda nas vendas (21,5%), a conjuntura econômica desfavorável (20,5%) e a redução do poder aquisitivo (relatada por 16,8% dos PNE) aparecem no topo das principais dificuldades.

O cenário econômico, de continuidade do aumento de custos de produção, menor poder de compra da população (inflação acumulada e renda estagnada) e de baixo estímulo a compras (alta de juros), influenciou nos resultados dos pequenos negócios. Apenas 31% dos PNE catarinenses registraram aumento nas vendas no 3º trimestre em relação ao trimestre anterior.

Os que seguem aumentando as vendas atribuem isso a fatores externos, principalmente relacionados ao aumento de demanda (27%) e à mudança de comportamento do consumidor, no caso, o retorno à normalidade (26,5%). Fatores internos, como melhorias nos produtos, representam casos menos predominantes (13%).

Neste trimestre, também identificou-se a retomada do uso do marketplace por 18% dos empresários, apesar de ainda ser desconhecido para 39%. Contudo, as ferramentas com maior uso neste trimestre seguem sendo o WhatsApp para 82,7% e o Instagram para 82,5% dos empresários entrevistados.

Já em relação às compras, 29,5% dos empresários relataram aumento de compras, número semelhante ao aumento de  vendas, com registro de 30,7%, sugerindo que vendas de estoques inativos ou compras de estoques de antecipação não ocorreram na maioria das empresas no período analisado.

“Apesar de os resultados gerais terem se apresentado piores em relação ao trimestre anterior, o quantitativo de empresas que investiram no 3º trimestre de 2022 foi de 30%, praticamente igual ao trimestre anterior, mantendo-se acima das médias históricas, um indicador que demonstra confiança na melhora da economia. Já os investimentos estão concentrados na ampliação do estoque, na aquisição de maquinário e infraestrutura, na reforma do espaço físico e na compra de insumos e aumento da produção”, afirma o analista do Observatório de Negócios do Sebrae/SC, Claudio Ferreira.

Expectativas para o próximo trimestre

A expectativa para o 4º trimestre de 2022 é otimista: 67,6% dos pequenos negócios preveem registro no aumento de vendas, número bem superior ao realizado no trimestre anterior.

A expectativa de aumento com relação às compras é de 60,0%, significativamente  maior que o realizado, que foi de 29,5%, indicando mais empresas investindo em ampliação de estoque no período.

Já os aumentos de custos seguirão como uma grande dificuldade, sendo previsto que alcançarão mais empresas no próximo trimestre, 56,4% contra 40,7% no 3º trimestre de 2022.

Somente 11,4% dos pequenos empresários catarinenses acreditam que a economia brasileira vai piorar de outubro a dezembro. Gradativamente, os empresários vêm recuperando a confiança já pelo quarto trimestre consecutivo, e atualmente 51% dos empresários acreditam que a situação econômica do país irá melhorar.

Essa confiança e a necessidade de alternativas para o aumento das vendas têm levado à manutenção de expectativas de 37% dos empresários de pequenos negócios a investirem no 4º trimestre de 2022, com maior intensidade em ações de marketing digital e estruturação em logística de produção e entrega, mas ações de ampliação de estoques serão predominantes.

Essa confiança, registrada no mês de outubro, fica evidenciada também com a projeção de um aumento de 4% no número de pessoas ocupadas nos pequenos negócios de setembro ao fim de dezembro deste ano, puxado pelos empregos  temporários de final de ano. A região Foz do Itajaí desponta como a região do Estado de Santa Catarina com as melhores expectativas de aumento na geração de empregos, que pode se elevar em até 14,25%.