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Florianópolis, 25 novembro 2024
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Pesquisa da OAB mostra que maioria dos alunos da rede pública da Grande Florianópolis convive com bullyng, drogas e violência

EducaçãoPesquisa da OAB mostra que maioria dos alunos da rede pública da...
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Uma pesquisa realizada pela Comissão OAB Vai à Escola da OAB/SC apontou que quase a totalidade dos alunos de oito escolas públicas da Grande Florianópolis convive com bullying, drogas e violência doméstica, que há pouca participação dos pais na vida escolar dos filhos e que falta uma política pública em prol dos alunos. O perfil resultou de questionário realizado com 680 alunos e 97 professores de 11 escolas de Florianópolis, Biguaçu, Palhoça e São José, aplicado durante palestras da comissão nas escolas. As informações são da Coordenadoria de Comunicação da OAB/SC.

A pesquisa revelou que 82% dos alunos convivem com bullying e que grande parte já foi ou ainda é vítima da agressão. Em 52% dos casos a atitude é tomada pelos colegas, em 24% na comunidade, 21% na família e 11% pelos professores. Os principais motivadores da agressão apontados pelos alunos, na comunidade escolar, foram: físicos (41%), sexuais (30%), culturais (13%), religiosos (11%), familiares e intelectuais (8%), e econômicos e étnicos (5%).

Quanto ao trabalho preventivo no ambiente escolar, 74% dos alunos afirmaram já ter realizado atividades sobre como lidar com as situações de bullying, 62% responderam que a instituição promove o respeito à diversidade sexual, 60% disseram que há ações que promovem o respeito mútuo entre estudantes e professores, assim como a solidariedade entre os colegas, 44% inclusão escolar e 41% mediação de conflitos.

Para incentivar a realização de projetos que melhorem as condições de ensino na rede pública municipal e estadual, a Comissão OAB Vai à Escola criou o Prêmio Escola Exemplo 2014, que irá premiar as ações que deram certo dentro do âmbito escolar. 

Realidade escolar

Na pesquisa, 89% dos professores afirmaram que poucos pais são presentes na escola, 79% responderam que os alunos são pouco participativos e 51% disseram que o poder público não costuma atender aos pedidos da escola. As principais vulnerabilidades detectadas são a situação familiar de violência doméstica e o uso de drogas (lícitas e ilícitas) pelos pais e responsáveis (62%) e alunos (45%).

Os professores consultados informaram que é recorrente solicitar providências do Conselho Tutelar (68%), Polícia Militar (55%), Ministério Público (34%), Guarda Municipal (21%) e Vara da Infância e Juventude (13%). Eles também apontaram as principais necessidades da escola para que atenda melhor os estudantes: 85% apontaram a falta de valorização, reconhecimento e de incentivo aos educadores; 79% indicaram a falta de uma política pública em prol do aluno; 70% a necessidade de aumentar o quadro de funcionários e o número de salas de aula; e 62% a necessidade de reforma da estrutura física.

A discussão de cidadania com os alunos também mereceu atenção dos professores, assim como a necessidade de capacitar de forma contínua os educadores sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, Constituição Federal ou Lei de Diretrizes e Bases.