Nos últimos dias, milhares de arquitetos viram-se obrigados a adotar o sistema de home office por conta das medidas de contenção da proliferação do coronavírus no país.
Ainda que muitos profissionais autônomos já utilizassem essa forma de trabalho, os médios e grandes escritórios tiveram de adaptar rotinas e procedimentos para permitir o trabalho remoto de suas equipes.
A transição foi mais fácil para os que já tinham a tecnologia como aliada para o desenvolvimento de projetos e organização de processos. Na ArqTec (Florianópolis/SC), as equipes estão valendo-se de toda a tecnologia que já costumam utilizar no desenvolvimento dos projetos nesse momento.
“Estamos com toda a equipe trabalhando em home office. É a opção mais sensata neste momento. Desta forma não ficamos com o andamento dos trabalhos atrasados e seguimos unidos pela ferramenta BIM (Building Information Modeling) trabalhando juntos em locais diferentes. Além disso, estamos todos on-line nos grupos de WhatsApp e demais softwares de comunicação”, explica o arquiteto Ronaldo Martins, um dos titulares da ATO 9 Arquitetura e idealizador da ArqTec, espaço de cocriação de Florianópolis.
No total, 18 empresas do setor da construção civil interagem entre si para o desenvolvimento conjunto de projetos, das mais diferentes complexidades e tipologias. Atualmente, 40 profissionais atuam na ArqTec, entre arquitetos, engenheiros civis, engenheiros mecânicos, engenheiros eletricistas, topógrafos, designers gráficos, designers de interiores e paisagistas.
Ronaldo Martins
Ronaldo explica que o acesso remoto da equipe acontece por meio da tecnologia VPN (Virtual Private Network), que oferece um canal de comunicação privado entre dois computadores. Assim, os colaboradores conseguem acessar, de casa, o computador que utilizam no escritório, onde estão as licenças e softwares instalados.
“O colaborador consegue acessar a nossa rede e o nosso servidor com todos os modelos BIM”, complementa. O processo de transição foi vivenciado com tranquilidade pelas empresas da ArqTec porque já atuavam em sistemas colaborativos a partir da engenharia integrada, em que todos os envolvidos trocam informações de forma simultânea desde os estudos iniciais dos projetos.
E essa engenharia integrada está fortemente apoiada nos recursos tecnológicos disponíveis. “Junto com REVIT – software BIM e outras ferramentas digitais com OFFICE 365, DYNAMO, NAVIS está cada vez mais seguro o armazenamento e a troca de informações entre os atores do projeto deste as etapas iniciais”, reforça Ronaldo Martins. Assim, o projeto já nasce bem formatado e compatibilizado, pontua Ronaldo.