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Florianópolis, 22 novembro 2024

Padre Vilson Groh apresenta novidades do IVG

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Nesta sexta-feira, 07 de outubro, o Instituto Pe. Vilson Groh promoveu uma coletiva, presidida por seu grande mentor e presidente, o padre Vilson Groh, para apresentar à imprensa as novidades da recente viagem internacional, encontro com o Papa Francisco e os novos projetos de grande impacto social.

Confira:

Viagem à Itália

Participação no Evento Global de Economia de Francisco e Clara

Padre Vilson Groh foi chamado para estar no Encontro Global da Economia de Francisco e Clara que aconteceu na cidade de Assis, Itália, entre os dias 22 e 24 de setembro.

No encontro, padre Vilson falou sobre os caminhos para um novo pacto econômico e educativo, firmado nos princípios da Economia de Francisco e Clara, e como esses caminhos têm sido traçados por meio do trabalho das organizações que formam a Rede IVG e atuam nas comunidades empobrecidas da Grande Florianópolis.

O Encontro Global da Economia de Francisco e Clara é um movimento internacional que reúne jovens economistas, empreendedores e agentes de mudança de diversas partes do mundo – de mais de 120 países, que buscam um processo de mudança inclusivo global para uma nova economia.

Os participantes eram jovens de todo o mundo que nestes últimos três anos criaram uma verdadeira comunidade que produziu projetos, iniciativas, estudos e materiais de aprofundamento.

A idade média dos participantes da Economia de Francisco foi de 28 anos, 30% vêm do mundo dos negócios e outros 30% da pesquisa, enquanto 40% são agentes de mudança (estudantes, movimentos sociais, ONGs). A maior parte deles é proveniente da Europa (35%), América Latina (30%) e África (20%). No entanto, Ásia e América do Norte também estiveram representadas, com 8 e 6% dos participantes, respectivamente.

Do Brasil, mais de 100 jovens brasileiros estiveram presentes. Muitos deles compõem a Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara.

Padre Vilson comentou que o grande destaque do evento foi o discurso do Papa Francisco, em especial três reflexões:

  1. Olhar o mundo com os olhos dos mais pobres. O papa indicou que os jovens também irão melhorar a economia se olharem as coisas a partir da perspectiva das vítimas e dos descartados. “Mas, para ter os olhos dos pobres e das vítimas, é preciso conhecê-los, é preciso ser amigo deles. E, acreditem em mim, se vocês se tornarem amigos dos pobres, se compartilharem a vida deles, vocês também compartilharão algo do Reino de Deus. E repito: que as escolhas cotidianas de vocês não produzam descartes”.
  2. O trabalho no mundo moderno, ou seja, o trabalho das mãos. O trabalho já é o desafio do nosso tempo e será ainda mais o desafio de amanhã. “Sem trabalho digno e bem remunerado, os jovens não se tornam verdadeiramente adultos, as desigualdades aumentam. Às vezes, pode-se sobreviver sem trabalho, mas não se vive bem. Por isso, ao criarem bens e serviços, não se esqueçam de criar trabalho, um bom trabalho e trabalho para todos”.
  3. Encarnação. Nos momentos cruciais da história, quem soube deixar boa impressão o fez porque traduziu os ideais, os desejos e os valores em obras concretas. “Vocês mudarão o mundo da economia se, junto com o coração e a cabeça, também usarem as mãos”.

Padre Vilson destacou ainda uma frase que vem sendo repetida pelo papa e que tem total sinergia com o trabalho desenvolvido pelo IVG: “é preciso transformar uma economia que mata em uma economia da vida”. “Eu diria mais: uma economia de Francisco não pode se limitar a trabalhar pelo ou com os pobres. Enquanto o nosso sistema produzir descartes e operarmos de acordo com esse sistema, seremos cúmplices de uma economia que mata”, apontou o pontífice.

E mais, Padre Vilson destacou que é preciso reconstruir a economia a serviço do bem comum a partir dos empobrecidos, “inserindo-se no mundo da pobreza para se criar um caminho de solidariedade estrutural, e não assistencialista. E a juventude é quem pode se inserir nessa realidade para construir alternativas que viabilizem o investimento nesse grande capital social”.

Casa de Francisco e Clara

Florianópolis, capital de Santa Catarina, será a primeira cidade na América Latina a receber a Casa de Francisco e Clara, que nasce como um lugar de vivência e imersão, através dos quais a prática da Economia de Francisco e Clara acontece na vida das comunidades.

O primeiro lugar em que essa iniciativa surge é no morro Monte Serrat, na periferia de Florianópolis, onde o padre Vilson Groh vive e realiza, junto ao povo há 40 anos, trabalhos comunitários.

“Esta experiência piloto é um convite a todo o povo, para reconstruir em cada chão sagrado desta nação e do mundo um novo pacto ecológico e social: em comunidade, pela fraternidade e na unidade do amor”, comenta.

A iniciativa vem sendo materializada com apoio de parceiros, tanto do eixo empresarial, quanto doadores como pessoa física.

Audiência com o Papa Francisco

No dia 28 de setembro, o presidente do IVG se reuniu com o Papa Francisco. Além disso, teve um encontro com o cardeal Konrad Krajeswki, esmoleiro do Papa e prefeito do Dicastério para Serviço da Caridade, e o bispo auxiliar da diocese de Roma, dom Benoni Ambarus, e alinhou uma possível visita em 2023 a Florianópolis.

Banco Comunitário IVG: Moeda Social e Microcrédito

Um dos pontos altos da coletiva foi o anúncio do Banco Comunitário do IVG que atuará com a moeda social e beneficiará, inicialmente, 50 famílias da ACAM, organização situada no Morro do Mocotó; 100 famílias do CEDEP, localizado no Monte Cristo; e 55 famílias da Associação João Paulo II, que fica na Comunidade da Praia, em Palhoça. Ao todo, serão 205 famílias beneficiadas mensalmente com R$ 200.

O recurso, transformado em Moeda Social, poderá ser utilizado nos 11 comércios nas próprias comunidades, potencializando a economia local.

A seleção das famílias beneficiadas foi realizada pelas equipes de Assistência Social das organizações, que compõem a Rede IVG, com base na Política de Assistência Social.

A Moeda Social

É uma moeda alternativa criada para ser usada por determinado grupo e circular em regiões específicas. No caso do IVG Banco Comunitário, a moeda social é virtual, equivalente ao Real e é depositada na conta de cada família cadastrada. Esta conta pode ser acessada por meio de um aplicativo específico, em que a família pode consultar o saldo e saber onde utilizar aquele valor. Outra opção é a compra de produtos com o CPF, sem necessidade do uso do celular.

A moeda só é aceita por estabelecimentos cadastrados pelo IVG, que são informados às 205 famílias atendidas pelas organizações.

Quanto as famílias irão receber?

As 205 famílias irão receber R$ 200, mensalmente, no período entre outubro de 2022 e janeiro de 2023. O valor é cumulativo, ou seja, caso a família não use o recurso mensal por completo, este valor pode ser utilizado no mês subsequente.

O que a família pode fazer com a Moeda Social?

A família que recebe a Moeda Social não pode fazer o saque ou a troca do valor por dinheiro em Real. Além disso, é permitido o uso da moeda para comprar apenas itens alimentícios, de limpeza e higiene pessoal (bebidas alcoólicas, peças de vestuário e entre outros objetivos não são permitidos).

Como ajudar a manutenção do Banco Comunitário – Moeda Social?

O Instituto Pe. Vilson possui recurso para conceder a Moeda Social no período entre outubro de 2022 e janeiro de 2023. O objetivo da instituição é buscar investidores para que a Moeda Social possa atender cada vez mais famílias e por mais tempo.

Pessoas físicas e jurídicas podem ajudar com doações únicas ou recorrentes, efetuando transferência ou depósito bancário diretamente na conta do Fundo IVG de Combate à Fome.

O Microcrédito

O Microcrédito do IVG é uma realização do Instituto em parceria com o Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT/SC) e o Sebrae-SC.

O objetivo é estimular o fortalecimento de pequenos negócios já em funcionamento nas comunidades atendidas pela Rede IVG. O projeto irá oferecer capacitação e microcrédito para empreendedores que querem alavancar seu negócio.

Inscrições e seleção

A chamada para empreendedores foi lançada na última segunda-feira (03) para inscrições até o dia 12 de outubro.

Nos dias 13 e 14 de outubro, o IVG, em contato com o MPT/SC e o Sebrae/SC, selecionará até 30 empreendedores para participarem da etapa de formação (capacitação) para a construção do  plano de negócios.

Capacitação dos empreendedores

O Sebrae/SC será responsável por executar a fase de formação, abordando os seguintes assuntos: comportamento empreendedor, plano de negócios, gestão financeira e desenvolvimento de plano de ação.

As oficinas serão realizadas semanalmente, de forma que na segunda quinzena de novembro os empreendedores possam ter a mão um plano de negócios pronto para apresentar a uma comissão avaliadora.

Avaliação dos empreendedores para microcrédito

O IVG formará uma comissão para avaliar os empreendedores e seus respectivos planos de negócio, de acordo com os critérios a seguir:

  • Participação nas formações e mentorias individuais com o Sebrae/SC
  • Consistência e qualidade do plano de negócios
  • Importância do faturamento do negócio na renda familiar
  • Histórico de “bom pagador”
  • Formalização do negócio com MEI ou outro
  • Garantia de seguimento às leis trabalhistas

Concessão do microcrédito

O resultado dos empreendedores beneficiados com o microcrédito será divulgado até o fim do mês de novembro. Os selecionados serão beneficiados também com 4 horas de mentoria do Sebrae ainda em dezembro de 2022, possibilitando uma assessoria mais individualizada.

Os recursos serão repassados pelo IVG a cada empreendedor de acordo com o valor necessário para atender o plano de negócios, até o limite de R$10.000,00. Não serão cobrados juros e o período de carência será negociado com cada empreendedor, variando entre 1 e 6 meses. O prazo de pagamento será negociado individualmente, de acordo com o retorno planejado no plano de negócios, variando de 6 a 36 meses.

Os empreendedores escolhidos assinarão um contrato com o IVG com os acordos definidos entre as partes e um termo de compromisso de que a empresa não incorrerá em práticas ilegais de trabalho (trabalho infantil, contratações informais, etc.).

Nesta primeira iniciativa piloto a intenção é atender até 15 projetos e buscar novos empreendedores a serem capacitados. O programa está aberto a novas doações, inclusive de pessoas físicas, para ampliar o montante a ser emprestado e também a abrangência. O programa segue também preceitos da economia circular, pois a renda, quando devolvida, retorna ao mercado por meio de novos apoios aos empreendedores das periferias.

Quem é Padre Vilson Groh

Natural de Brusque/SC, Vilson Groh mora na comunidade do Monte Serrat desde a juventude, vivendo há 40 anos a vida comum nas comunidades empobrecidas da Grande Florianópolis. Padre e educador social, Vilson também é ativista pela causa dos mais vulneráveis: para que as famílias tenham trabalho, teto e pão sobre a mesa, e para que crianças, adolescentes e jovens recebam educação de qualidade e humanizadora, e, assim, possam florescer e sonhar num mundo possível de oportunidades.