Produção francesa aborda transição de gênero e história de luta em um regime opressivo de gênero e sexo binários
Em 1928, Virgínia Woolf escreveu Orlando, o primeiro romance em que o personagem principal muda de sexo no meio do história. Um século depois, o escritor e ativista trans Paul B. Preciado dirige “Orlando, Minha Biografia Política”, uma inspiração à obra da escritora inglesa. A produção francesa fica disponível a partir desta quinta-feira, 18 de julho, até a próxima quarta-feira, 24 de julho, com sessões sempre às 18h50.
Com uma mistura de realidade e ficção, em um tipo de carta filmada à autora inglesa, Preciado apresenta no filme 25 pessoas, todas trans e não binárias, de oito a 70 anos, que interpretam o personagem de Woolf ao mesmo tempo em que narram suas próprias vidas, e uma série de arquivos trans de meados do século XX que evocam os verdadeiros Orlandos históricos em sua luta por reconhecimento e visibilidade. Estes diversos Orlandos contam que saíram da ficção quase um século depois para viver uma vida ⎯ muitas vidas ⎯ que talvez a autora sequer pudesse imaginar.
O filme tem se destacado em vários festivais internacionais, como o Festival de Berlim de 2023, somando quatro troféus, incluindo o Teddy Award e Prêmio Especial do Júri. No Brasil, foi o vencedor da categoria de Melhor Documentário do Prêmio Félix, honraria do Festival do Rio que destaca narrativas LGBTQIAPN+ no audiovisual; ganhou o Melhor Longa-Metragem Internacional no Festival Mix Brasil, entre outros.
Outras produções também estão em cartaz, como “O Sequestro do Papa”, de Marco Bellocchio, nas sessões das 14h; “Ainda Temos o Amanhã”, dirigido por Paola Cortellesi, às 16h30; e “A Flor do Buriti”, com direção de Renée Nader Messora e João Salaviza no horário das 20h50.
A programação completa pode ser conferida no @paradigmacinearte ou https://paradigmacinearte.com.