A OAB/SC lançou uma ampla campanha de sensibilização para o público masculino, e vai disseminar no Estado o movimento internacional “Laço Branco”. Apontado pela ONU como uma das maiores iniciativas mundiais neste sentido, em mais de 50 países o movimento Laço Branco mobiliza e engaja os homens em ações pelo fim da violência contra a mulher. A iniciativa da Ordem será em parceria com a Polícia Militar, e o compromisso foi firmado pelo presidente Rafael Horn com o comandante da 8ª Regional da PM de Tubarão, coronel Jefer Francisco Fernandes, que representou o comandante, coronel Araújo Gomes. A assinatura ocorreu durante o Colégio de Presidentes de Subseções, órgão deliberativo da OAB/SC que reúne as 49 representações da instituição no interior, que encerrou neste sábado (7/12) em Gravatal, no Sul.
Como primeira iniciativa, todos os homens presentes no Colégio assinaram simbolicamente o cartaz da campanha e passaram a usar um boton de laço branco alusivo ao compromisso. A presidente da Comissão da Mulher Advogada, Rejane da Silva Sanchez, explica que o movimento deve ser espalhado para todo o Estado e defende mais medidas educativas para enfrentar a violência contra a mulher. “A iniciativa é importante pois envolve todos e todas no combate à violência doméstica. Isso porque, geralmente, os debates ficam muitas vezes vinculados às mulheres. Contudo, os homens e meninos, também são atores, como pais, filhos, irmãos, amigos, defensores e advogados, agressores, órfãos, etc. Todos são afetados, direta ou indiretamente. Além disso, o debate sob a perspectiva do homem também deve ser feito. A escuta ativa e o diálogo precisam avançar para vivermos uma sociedade mais pacífica”, considera.
“Estamos construindo uma rede de proteção, que busca ainda promover a equidade de gênero, através de ações em saúde, educação, trabalho, ação social, justiça, segurança pública e direitos humanos”, destaca o presidente da OAB/SC, Rafael Horn. Segundo informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os últimos anos têm sido marcados pelo aumento no número de casos de feminicídios que chegam ao Poder Judiciário. Desde 2016, quando esses crimes passaram a ser acompanhados pelo CNJ, a quantidade de processos só cresce. Em 2018, o aumento foi de 34% em relação a 2016, passando de 3.339 casos para 4.461.
Os tribunais de Justiça também perceberam crescimento no número de processos pendentes relativos à violência contra a mulher. Em 2016, havia quase 892 mil ações em tramitação na Justiça. Dois anos depois, esse número cresceu 13%, superando a marca de um milhão de casos. Os dados dos tribunais foram consolidados pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ/CNJ).
Como os homens podem participar
– Ouvir e participar de debates sobre o assunto, buscar informação adequada, evitar falas e brincadeiras constrangedoras e que rotulam tanto mulheres como homens.
– Dividir tarefas domésticas; reconhecer que ambientes mais diversos são mais ricos, mais prósperos.
– Apoiar as mulheres que desejam buscar a sua colocação profissional; entender que os homens também podem sofrer, chorar.
– Aprender a dialogar e ouvir.
– Buscar auxílio psicológico ou indicar a um conhecido, quando necessário.
– Intervir se souber de algum caso de violência próximo, mesmo que seja amigo.
– Denunciar casos de violência contra a mulher pelo telefone 180.