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Florianópolis, 24 novembro 2024
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O Rappa faz show em Floripa neste sábado (29)

VariedadesO Rappa faz show em Floripa neste sábado (29)
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A banda apresenta o disco 7 Vezes no Floripa Music Hall.

A RW7 Production & Entertainment traz a Florianópolis mais um show de destaque: O Rappa. O show acontece no dia 29 de agosto (sábado) no Floripa Music Hall. Após 5 anos de O Silêncio Q Precede o Esporro, a banda carioca O Rappa lançou em Julho do ano passado o novo disco “7 Vezes”.

O disco “7 Vezes” é pra quem está acostumado ao tranco do som e da mensagem que Falcão, Marcelo Lobato, Xandão e Lauro vêm mandando dia nesta trajetória iniciada há 16 anos. O groove forte, que revela várias camadas sonoras, embala relatos vindos daquele de Bronx, Brixton, Baixada, Alagados, Trenchtown, Favela da Maré. O sétimo disco da banda revela que o trajeto pode ser diferente, mas o destino é sempre o mesmo.

A capacidade de pegar temas pesados do cotidiano de pessoas para quem nada é leve e transformá-los em canções repletas de força, esperança, beleza, balanço e espiritualidade sempre foi um dos grandes talentos do coletivo O Rappa. A novidade nas 14 faixas de “7 Vezes” é a abordagem que vai além do jornalismo. É o hiper-real. O surreal. O nonsense de um Frank Zappa com sol na moleira. A psicodelia possível no trem da Central, misturando numa mesma narrativa os sete pecados e os sete elementos da alquimia. Um filme além do Cidade de Deus, além do Tropa de Elite, com imagens de um Rio de Janeiro que se decompõe e se dissolve em plena luz do dia em milhares de cores, sabores e desgraças.

É nesse ritmo que a banda O Rappa se apresenta no dia 29 de agosto (sábado) no Floripa Music Hall (Rua Henrique Vargas, 113 – (48) 3222-8416). A casa abre as 22h e o início do show está previsto para 01h. Os ingressos estão a venda no Floripa Music Hall, Fuzz Cabelereiros, Supermercados Imperatriz (Beira Mar, Itaguaçu e Barreiros) e pelo site www.blueticket.com.br. Preços: Pista: primeiro lote R$ 60,00 por pessoa (próximos lotes com preço sujeito à confirmação) – estudantes pagam meia entrada; Àrea vip: primeiro lote R$ 80,00 por pessoa (próximos lotes com preço sujeito à confirmação); Camarotes: R$ 140,00 por pessoa. Censura: 16 anos. Informações: (48) 3222-8416 / www.floripamusichall.com.br.

Sobre a banda O Rappa e o disco “7 Vezes”

“Senhores passageiros, pedimos a gentileza de afivelar seus cintos de segurança porque a aeronave atravessa uma zona de turbulência…” Não, peraí, que mané avião o quê! Apaga tudo porque a viagem é de ônibus mesmo e o texto é outro. Algo tipo assim: “aí, cumpadi, se segura firme no banco que o piloto vai dar um freio de arrumação e quem estiver em pé vai voar!” Bom, agora que o aviso foi dado, o distinto passageiro/ouvinte pode entrar com segurança em 7 Vezes, o novo disco d’O Rappa.

Cinco anos depois de O Silêncio Q Precede o Esporro, a banda carioca vem com um disco de inéditas que é o esporro em si. Mas quem está acostumado ao tranco do som e da mensagem que Falcão, Marcelo Lobato, Xandão e Lauro vêm mandando dia após dia na estrada entenderá bem o que está sendo dito aqui. Porque 7 Vezes, o sétimo álbum de uma trajetória iniciada há 16 anos, é puro Rappa. O groove forte, que revela várias camadas sonoras, embala relatos vindos daquele lado de lá que fica bem do lado de cá: Bronx, Brixton, Baixada, Alagados, Trenchtown, Favela da Maré… O trajeto pode ser diferente, mas o destino é sempre o mesmo.

A capacidade de pegar temas pesados do cotidiano de pessoas para quem nada é leve e transformá-los em canções repletas de força, esperança, beleza, balanço e espiritualidade sempre foi um dos grandes talentos do coletivo O Rappa. A novidade aqui nas 14 faixas de 7 Vezes é a abordagem que vai além do jornalismo. É o hiper-real. O surreal. O nonsense de um Frank Zappa com sol na moleira. A psicodelia possível no trem da Central, misturando numa mesma narrativa os sete pecados e os sete elementos da alquimia. Um filme além do Cidade de Deus, além do Tropa de Elite, com imagens de um Rio de Janeiro que se decompõe e se dissolve em plena luz do dia em milhares de cores, sabores e desgraças.

É por aí que O Rappa transita no novo disco, em letras cujos protagonistas não são heróis, nem anti-heróis – são personagens à beira da falta de moral, que não aguardam qualquer tipo de redenção. É a vida como ela é. Como em “Meu Santo Tá Cansado” (“armei umas e outras, tomei, dei volta / como o drible sem objetivo / que se perde além da linha lateral”). Ou no reggaezão “Meu Mundo é o Barro” (“sou quase um cara / não tenho cor nem padrinho”). E muito também em “Verdade de Feirante” (“minha vida é sem graça, quase cópia / produtor-camelô de birosca / CD pirata no mundo igualzinho”) e ainda no “Documento” (“carta fora do tempo / Nada de documento / se era bom ou ruim / tava aquém de mim”). É tudo verdade.

Algumas vezes, porém, não tem nem qualquer explicação, ou mesmo dica. Como na letra do candidato a hit de 7 Vezes, “Em Busca do Porrão”. A busca do porrão não tem fim nem finalidade, dizem eles. Mas o que é o porrão? Somente uma palavra sonora? Um estado de espírito. Ou o que quer que você queira? Som na caixa e as imagens vão falando por si mesmas. Mesmo caso em “Óstia”, música que nasceu de observações em uma tarde quente no submundo das ruas que circundam a Praça XI – os cortiços, o ar parado, um pratinho com carne assada, viciados em crack… E toda uma história para contar. O mesmo acontece em “Fininho da Vida”, relato de pessoas em trincheiras-barracos, cercadas por valões entupidos de esgoto e de garrafas pet, que vão “ruminando em silêncio / engolindo sapo da vida”. Já em “Vários Holofotes”, a beleza da melodia não ameniza outra imagem cortante como farpa: “o sol deixou de ser paisagem / e passou a queimar a gente”.

Sim, a virulência política é uma constante em 7 Vezes. A começar pela primeira faixa de trabalho, “Monstro Invisível”. Sobre o dubzão – com o perdão do trocadilho – monstruoso, colorido por ecos de Jorge Ben, eles avisam: “ouça o lado sujo, cria do descaso / alimentando folhas em preto e branco / outra epidemia”. E seguindo a política de recriar músicas que façam parte do universo Rappa, eles levam para a Jamaica a “Súplica Cearense”, de Gordurinha e Nelinho (“desculpe pedir a toda hora pra chegar o inverno / e agora o inferno queima o meu humilde Ceará”). Depois de Bezerra da Silva, Jorge Ben, Zeca Pagodinho e Chico Buarque, chega a vez de um clássico na voz e na sanfona de Luiz Gonzaga entrar para a galeria de músicas da banda carioca.

Ah, e se tem uma coisa que não falta em 7 Vezes é música. Para chegar às 14 faixas que o distinto ouvinte agora aprecia, os integrantes d’O Rappa prepararam mais de 100 bases, tocadas exaustivamente desde agosto do ano passado no estúdio Jimo, de Lobato. Uma vez que as canções ficaram prontas, o processo do CD (gravado no estúdio AR) foi absolutamente orgânico – ou seja, cada nota que se ouve lá foi tocada, sem recurso a loops ou quaisquer mágicas do ProTools. Foi um disco feito como nos tempos de Bob Marley, Led Zeppelin e Clara Nunes. Em primeiro plano, ficou a força da banda: Lobato debulhando uma bateria de poucas peças, Lauro buscando o groove perfeito de seu baixo melódico, Xandão pirando com os pedais de sua guitarra (que foi gravada em seu próprio estúdio, o Caroçu, em Curitiba) e Falcão caprichando nos raggas, como em nenhum outro disco d’O Rappa.

A experimentação foi regra até a hora da mixagem de 7 Vezes. Não bastava ter um som bonito: ele também tinha que ser diferente. Estranho, por vezes. E até escroto, se fosse o caso. Afinal, que graça teria um disco d’O Rappa se não fosse para tirar o sujeito da cadeira? Quem lembra do arsenal de instrumentos inusitados que a banda reuniu em seu disco anterior, o Acústico MTV, verá – e ouvirá – que a pesquisa não só continuou como deu frutos no novo disco. Piano de brinquedo, vibrafone, steel drums, marmita, balde d’água com garrafas, violoncelo, cravos, instrumentos indianos… Tudo isso achou seu lugar, junto com as intervenções cada vez mais musicais do DJ Negralha e as percussões de Klebinho e Bernardo.

Os resultados dessa busca por uma sonoridade nova podem ser conferidos de cima a baixo em 7 Vezes. Mas em especial no encontro de bateria de escola de samba com guitarra de trilha de western spaghetti em “Maria” e no batidão com cornetas de “Respeito pela Mais Bela”, faixas que têm tudo para ganhar as rádios e os corações. No controle desse laboratório de sons e polirritmias, dessa vez O Rappa contou com o auxílio de Ricardo Vidal (técnico de P.A. da banda há 12 anos, que caprichou nos ecos dos dubs) e o guitarrista Tom Sabóia, que também cuidou das gravações das guitarras em Curitiba. Eles conduziram O Rappa das jams no Jimo até a concretização desse disco, que é para ser ouvido sete, oito, nove, dez… quantas vezes for necessário!


Serviço:

O Rappa – Florianópolis/SC

Show: 7 Vezes

Data: 29/agosto/09 (sábado)

Local: Floripa Music Hall (Rua Henrique Valgas, 113)

Horário: Abertura da casa: 22:00h / Início do Show: 01:00h

Preços: Pista: primeiro lote R$ 60,00 por pessoa (próximos lotes com preço sujeito à confirmação) * estudantes pagam meia entrada. Área vip: primeiro lote R$ 80,00 por pessoa (próximos lotes com preço sujeito à confirmação). *Atenção aos valores conforme lotes de venda (verificar nos pontos de venda). Camarotes: R$ 140,00 por pessoa

Pontos de Venda: Floripa Music Hall, Fuzz Cabeleireiros, Supermercados Imperatriz (Beira Mar, Itaguaçu e Barreiros) e pelo site www.blueticket.com.br

Forma de pagamento: nos pontos de venda somente em dinheiro ou pelo site com cartão de crédito (mediando pagamento das taxas adicionais).

Informações para o público: (48) 3222-8416 / www.floripamusichall.com.br

Censura: 16 anos

Realização: RW 7