A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor catarinense – Peic, do mês de junho, revelou que o número de famílias com contas em atraso (19,3%) e que não terão condições de pagar (11%) atingiu o valor máximo da série histórica iniciada em janeiro de 2013.
Segundo a Fecomércio, o resultado é reflexo da retração da renda, que diminui os recursos disponíveis para o pagamento das dívidas, gerando aumento, ainda que controlado, da inadimplência.
Já o endividamento dos consumidores catarinenses caiu 2,1 pontos percentuais (p.p.) na comparação entre o mês de maio e junho. Na comparação anual, houve queda de 2,4 p.p. O percentual de famílias endividadas, que era de 57,8%, passou para 55,4%.
Quanto ao endividamento por faixa de renda, as famílias com renda superior a 10 salários mínimos estão mais endividadas (59,7%), em comparação com as famílias de renda inferior a 10 salários mínimos (55,4%).
O nível de endividamento das famílias aumentou no nível mensal. O percentual dos muito endividados, que estava em 13% no mês passado, ficou em 14,1% este mês. Na faixa dos mais ou menos endividados, o indicador caiu, passando de 26,1% para 24,1%. Quanto aos pouco endividados, passou de 18,4% para 17,2%. Por fim, aqueles que responderam não ter dívidas desse tipo somam 44,6%, uma alta em comparação ao mês anterior.
Em relação ao tipo de endividamento, o cartão de crédito continua sendo o responsável pela maioria das dívidas familiares dos catarinenses, com 45,6%. Em segundo, terceiro e quarto lugares aparecem, respectivamente, os financiamentos de carro (32,7%), os carnês (27,7%) e o crédito pessoal (18,7%).
Quanto ao tempo de comprometimento com as dívidas, a maioria dos catarinenses endividados tem dívidas por mais de um ano (52%). A parcela da renda das famílias comprometida com dívidas permaneceu estável entre maio e junho em 32,1% (maior da série histórica), ou seja, em níveis que geram certa preocupação.
Cidades
Nas cidades, Florianópolis é que tem o maior percentual de famílias endividadas, com 86,5%, seguida por Itajaí com 57%, Blumenau com 50,9% e Joinville com 39,1%. Em relação ao percentual de famílias com contas em atraso, Florianópolis também lidera com 27,2%.
Blumenau e Chapecó apresentam o menor percentual de inadimplentes. É de Florianópolis, também, a liderança nas famílias que não terão condições de pagar, com 11,8%. Nesse indicador, Blumenau e Chapecó são as melhores posicionadas, com apenas 7,6% e 9,4% de famílias sem condições de pagar suas dívidas, respectivamente.
Sobre o nível de endividamento das famílias, a resposta "não tem dívidas desse tipo" apresenta um nível superior a 45% em quase todos os municípios, exceto Florianópolis e Itajaí. Logo em seguida, vêm os "mais ou menos endividados", sendo Florianópolis a cidade com maior percentual de sua população nessa faixa. Joinville tem o menor. Entre os "muito endividados", Florianópolis lidera com 26,6%. Chapecó é a cidade com menor percentual nesse indicador, com 4,1%.