Novembro Azul: pandemia silenciosa do diabetes mata uma pessoa a cada 5 segundos

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“No centenário da descoberta da insulina, um marco memorável na história da Medicina, dados recém divulgados pela Federação Internacional do Diabetes (IDF – novembro de 2021), chamam a atenção para uma situação alarmante. Aproximadamente 537 milhões de pessoas adultas no mundo têm diabetes (1 em cada 10 adultos, entre 20 e 79 anos). Em 2019, estes números eram de 463 milhões, ou seja, um aumento de 16% em apenas 2 anos. Sem medidas suficientes para enfrentar esta pandemia, estima-se que 646 milhões de pessoas terão diabetes em 2030 e 783 milhões, em 2045.” A afirmação é da médica Júlia Michels Ferreira, endocrinologista e metabologista, preceptora da residência de Endocrinologia e Metabologia do Hospital Universitário da UFSC e endocrinologista da Prefeitura de Florianópolis.

Conta a especialista que em 2021, o diabetes foi responsável por 6,7 milhões de mortes em todo mundo, uma a cada 5 segundos, gerando US$ 966 bilhões de gastos em saúde. Atinge todas as idades, continentes e comunidades. Há relatos desde os anos 1550 a.C entre egípcios, hindus, chineses e gregos.

O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial, com cerca de 17 milhões de pessoas com diabetes e quase metade delas (45%), não sabe que tem diabetes, diz a médica Júlia Michels Ferreira, acentuando que a maioria por não fazer uma avaliação de saúde regularmente, já que em muitos casos, o diabetes é uma condição silenciosa no seu início, sendo descoberto por uma alteração na dosagem de glicose em exames de rotina. É uma doença crônica em que o corpo não produz (tipo 1) ou não consegue empregar adequadamente a insulina (tipo 2),  hormônio que controla a glicose no sangue, podendo gerar sintomas como sede e fome excessivas, cansaço, emagrecimento inexplicado, visão turva, infecções de repetição e dificuldade de cicatrização das feridas, quando não tratado.

 -Visando conscientizar a população sobre a importância e o desafio da prevenção e cuidados para reduzir as possíveis complicações do diabetes (como infarto, derrame, insuficiência renal, amputações e perda da visão), foi instituído pela Federação Internacional de Diabetes e Organização Mundial de Saúde,  o dia 14 de novembro,  como o Dia Mundial do Diabetes desde 1991. Uma homenagem ao aniversário do médico e fisiologista canadense, Dr. Frederick Grant Banting que juntamente com o seu assistente,  o estudante de Medicina, Charles Herbert Best, descobriu a insulina em 1921. Em 11 de janeiro de 1922, o jovem canadense de 14 anos, Leonard Thompson, internado no Hospital Geral de Toronto, em estado crítico, com cerca de 29 kg, recebeu a primeira dose injetável de insulina no mundo, conseguindo normalizar o nível de glicemia, se recuperando e crescendo saudável com as aplicações regulares de insulina. Este grande feito gerou o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1923. A insulina certamente, não é a cura para o diabetes, mas já salvou e  mudou a vida de milhões de pessoas nestes 100 anos de história, desde sua descoberta em 27 julho de 1921, relata dra. Júlia Michels Ferreira.

Em 2007, um círculo azul foi escolhido como símbolo da campanha do Novembro Azul por representar as cores da bandeira das Nações Unidas, saúde, vida e união de todos ao redor do mundo pelo diabetes.  Com os cuidados de saúde, o diabetes pode ser muitas vezes prevenido e a detecção precoce e o tratamento adequado, ajudam a evitar as complicações a curto e longo prazo.

FOTO Roberto Dias 

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