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Florianópolis, 24 novembro 2024
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Neorrealismo italiano na Fundação Badesc

VariedadesNeorrealismo italiano na Fundação Badesc
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O neorrealismo italiano, através da cinematografia de seus três maiores expoentes, os cineastas Roberto Rosselini, Vittorio De Sica e Luchino Visconti, é o tema de novembro do Cineclube da Fundação Cultural Badesc em parceria com o Centro Di Cultura Italiana. Serão exibidos Roma, cidade aberta e Paisá, de Rossellini; Ladrões de bicicletas, de De Sica; e A terra treme, de Visconti. As sessões são gratuitas, ocorrem sempre às quintas, às 19 horas, e a abertura será com Roma, cidade aberta, no dia 5.

Movimento cultural surgido na Itália ao final da 2ª Guerra Mundial, em processo de libertação do regime fascista, o neorrealismo serviu como veículo da resistência e suas maiores expressões ocorreram no cinema. Ao contrário da ficção cinematográfica tradicional, o neorrealismo representava a realidade social e econômica da época, muitas vezes utilizando atores não profissionais. O tema recorrente é a classe operária imersa em um ambiente injusto e fatalista.

Seus diretores acreditavam no cinema como um instrumento de revolução social, e o resultado, em boa parte dos filmes, é uma narrativa comovente, fortemente ligada à Itália devastada pela guerra. Não existe uma delimitação exata quanto à duração do movimento mas seu período mais intenso ocorreu entre 1945 e 1948.


OS FILMES

Dia 4
Roma, cidade aberta (Roma, città aperta), de Roberto Rosselini, 1945. Marco inicial do movimento, rodado logo após a libertação de Roma. É filmado ainda durante a guerra, inserindo registros de combates verdadeiros junto à dramatização. Rodado clandestinamente, como a própria resistência, o filme situa-se num limiar entre encenação e documento histórico.

Dia 12
Ladrões de bicicletas (Ladri di biciclette), de Vittorio De Sica, 1948. O filme contém os principais elementos do Neorrealismo: a temática dos problemas sociais, a criança, os atores iniciantes ou desconhecidos, a ambientação da própria cidade, a ausência de apelos técnicos ou dramatúrgicos e ao mesmo tempo um intenso conflito na trama. Pela história do homem recém-empregado que tem seu instrumento de trabalho – a bicicleta – roubado, e assim ameaçado de perder o emprego.

Dia 19
A terra treme (La terra trema), de Luchino Visconti, 1948. Pescadores da Sicília interpretam eles próprios, num filme rodado de maneira semi-documental e crua. Para muitos críticos, porém, observa-se nesse filme o início do declínio do movimento. A estética engajada, comprometida em desnudar as contradições da sociedade acaba por se submeter à “exploração comercial”, o que provoca o começo do fim do movimento que havia trazido ao cinema italiano vitalidade artística e significação social.

Dia 26
Paisà (Paisà), de Roberto Rossellini, 1946. Produzido com atores, na sua maioria, não profissionais, traz seis episódios que mostram a luta das tropas aliadas para libertar diferentes regiões da Itália do jugo nazista, entre 1943 e 1944, evidenciando o avanço das tropas aliadas da Sicília até o norte da Itália. São histórias de amor, amizade e lealdade, que focalizam o relacionamento do povo italiano com os soldados estrangeiros. Paisà integra a célebre “triologia da guerra” de Rossellini, composta por Roma, cidade aberta e Alemanha, ano zero.


O QUÊ: Ciclo Neorrealismo Italiano.

QUANDO: Todas as quintas-feiras, 19 horas.

ONDE: Fundação Cultural Badesc. Rua Visconde de Ouro Preto, Centro, Florianópolis, tel.: 3224-8846.

QUANTO: Entrada gratuita.