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Florianópolis, 23 novembro 2024

Mutirão de Recuperação de Crédito atrai bom público no Centro da Capital

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Com a presença de bancos públicos e privados, Casan e Celesc  o 1º Mutirão de Recuperação de Crédito entrou no segundo dia nesta terça-feira, 17, no Centro da Capital, em frente à Catedral Metropolitana, com boa procura por parte das pessoas que pretendem fazer a quitação de débitos. Realizado pela Secretaria de Defesa do Consumidor de Florianópolis, o evento atenderá todos os dias, até sexta-feira, 20, das 9h às 17h, renegociando dividas de inadimplentes.

O Bradesco, por exemplo, além de renegociar dívidas de seus inadimplentes, vai intermediar a resolução de problemas do tipo junto às lojas que utilizam o cartão de crédito do banco para pagamento.

Para receber atendimento, que respeita a ordem de chegada, os interessados precisam apresentar-se pessoalmente e munidos de carteira de identidade, CPF e comprovantes de renda e de residência.

Bancos

O Gerente do Departamento de Recuperação de Crédito da Regional do Bradesco de Florianópolis, Filipe Rafael de Assunção, explica que, colocando as contas em dia, cliente e banco saem ganhando. “O cliente, com o nome limpo, pode voltar a utilizar o cartão”, comentou, referindo-se tanto a débitos quitados quanto parcelados, uma vez que cada parcela paga “vai abrindo o limite”.

Por uma questão de logística, o banco achou melhor fazer apenas uma triagem, no mutirão, e encaminhar os casos para negociação na agência que fica ao lado da praça XV de Novembro, que está com um guichê e dois atendentes exclusivos para isso. Tanta atenção para com o cartão de crédito não é por acaso. Segundo Assunção, ele é a principal causa de inadimplência no Bradesco, seguido do cheque especial e do empréstimo pessoal.

Ainda de acordo com o gerente, a intenção é solucionar os casos de endividamento dos clientes. “O que já conseguir resolver na hora, a gente mata”, disse, tendo em vista a possibilidade de revisão dos contratos não ajuizados com saldo a pagar de até R$ 20 mil. Já os benefícios a serem concedidos para fins de conciliação vão depender de uma série de variantes, como o tempo e o tipo de negócio.

O Santander, outro banco privado que atendeu ao convite da Secretaria de Defesa do Consumidor de Florianópolis para participar do 1º Mutirão de Recuperação de Crédito, também vai negociar dívidas de até R$ 20 mil, no local, sendo que os descontos vão igualmente depender das faixas de atraso. A ideia é ainda solucionar a pendência com o cliente no evento, à exceção de contestações de contratos ou situações em que seja preciso acionar escritórios de cobranças. No Santander, as carteiras com mais inadimplentes são as de cheque especial, empréstimo e cartão de crédito.

A Caixa Econômica Federal (CEF), por sua vez, não tem limite de negociação, mas acredita que será acionada por inadimplentes interessados em resolver casos de pequena monta. O banco, aliás, pretende analisar caso a caso, ciente de que os acordos vão depender da capacidade de pagamento do cliente. Mas deixa claro que vai buscar chegar a um consenso, mesmo em situações tidas como complicadas, em que usuários envolvidos em processos habitacionais, por exemplo, não têm condições de fazer acertos. Diante disso, no entanto, pedirá de dois a três dias para dar retorno.

O Banco do Brasil prioriza a prestação de informações diretamente aos clientes. Adianta, apenas, que, “quanto às condições negociais de renegociações existem muitas variáveis que impactam no prazo, taxa e demais condições, tais como, se cliente PF (pessoa física) ou PJ (pessoa jurídica), linha contratada originalmente, garantias, entre outros”.

Casan

Na ocasião, os clientes inadimplentes da Casan terão a mesma chance de negociação, independente de terem ou não entrado com ação na Justiça. Aos que se encontram em dívida de 1º de janeiro de 2005 a 30 de novembro de 2014, a empresa vai oferecer isenção de 100% dos juros e multas para parcelamentos em até 24 meses, e isenção de 80% dos juros e multas para parcelamentos de 25 a 36 meses. Em ambas as situações, não será excluída a atualização monetária.

Isto implica em dizer que, quem estiver inadimplente de 1º de dezembro de 2014 até o momento, ou seja, há menos de um ano, não terá direito aos benefícios. Para esta situação, vai continuar valendo o parcelamento normal de até 36 meses, com incidência de juro de 1% e multa de 2%, mais a correção monetária, aplicado fora do mutirão.

Em Florianópolis, 9.520 usuários da Casan, de um total de 98.946, devem o montante de R$ 26.052.652,22, o que representa 14,6 % de quanto a empresa teria a receber. Já na Grande Florianópolis, são 15.620 usuários, de um total de 194.933, com dívidas que somam R$ 37.645.457,40, o que equivale a 21% do valor que a Casan deveria receber, na região.

No evento, a Casan está representada num estande.

Celesc

Já a Celesc atende somente os casos de inadimplência não ajuizados para fins de conciliação no 1º Mutirão de Recuperação de Crédito. Para os clientes em débito que não recorreram ao Judiciário, vai reduzir de 33% para 10% o percentual de quitação das dívidas no ato do parcelamento que, no mutirão, aliás, também poderá ser feito em até 12 vezes. Fora dali, é permitido pagar o montante em, no máximo, seis parcelas. Ainda durante o evento, a Celesc vai conceder isenção da multa de 2% cobrada habitualmente.

 

Em Florianópolis, a Celesc tem a receber dos clientes devedores 1,74% da arrecadação da empresa que, em valores, corresponde a um total de R$ 8.037.252,00. Na Grande Florianópolis, este índice sobe para cerca de 17%.

A Celesc participa do mutirão com uma unidade móvel de atendimento.

Apoio

Durante a realização do mutirão, a Secretaria de Defesa do Consumidor de Florianópolis ficará na supervisão das conciliações. Neste sentido, contará com apoio da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF). Já a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis vai estar à disposição do público para consultas gratuitas de verificação dos clientes das empresas associadas que se encontram no SPC.