Um mutirão de limpeza e combate a criadouros do mosquito transmissor da dengue, na Costeira do Pirajubaé, marcou o encerramento da Semana de Combate à Dengue na Capital, nesta sexta-feira, 27. Mas as operações integradas de caça ao Aedes aegypti continuarão por todo o verão, envolvendo as principais Secretarias da Prefeitura de Florianópolis, a Comcap e a Polícia Militar, entre outras entidades. As informações são da assessoria de imprensa da PMF.
O terreno alvo do mutirão integra um conjunto de 175 pontos de descarte irregular de lixo que foram identificados pela Comcap, atrás da associação de moradores do bairro. O local, além de servir para o descarte de resíduos, abriga depósito de material reciclável, onde a equipe do Centro de Controle de Zoonoses encontrou larvas já no último estágio antes de virarem mosquito.
A Comcap continuará o trabalho de limpeza no local até a semana que vem. A expectativa é que sejam retiradas cerca de 100 toneladas de lixo do terreno, como entulho e sucata de carros, geladeiras e outros materiais.
Segundo Carlos Gonçalves Gil, chefe do programa de combate à dengue, o material recolhido será analisado. “Se for identificado foco do mosquito Aedes aegypti, o proprietário poderá ser autuado, com prazo para regularização, interdição e até recolhimento do material”, disse.
Balanço
Ações como essa começaram na segunda-feira, 23, quando a Vigilância Sanitária e Ambiental e a Secretaria Executiva de Serviços Públicos (Sesp) visitaram estabelecimentos comerciais para verificação das condições sanitárias – incluindo o risco de criadouros do Aedes aegypti – e da regularização da atividade. Já foram mapeados 185 desses pontos estratégicos, que serão fiscalizados semanalmente.
Na primeira semana da força-tarefa, dez terrenos baldios e estabelecimentos comerciais foram visitados e autuados pela Vigilância Sanitária a fazer a limpeza e a cobertura de material que pode se tornar criadouro do mosquito da dengue. A Sesp também notificou os proprietários para regularização das atividades.
Terrenos
Proprietários de terrenos baldios também estão no alvo das fiscalizações. A equipe de geoprocessamento da Prefeitura, em parceria com a Vigilância Sanitária e Ambiental, já está mapeando os locais onde há possibilidade de focos do mosquito da dengue. Até agora, são 104 no Continente e 43 na Ilha. Todos receberão, nos próximos dias, uma carta da Prefeitura, comunicando sobre a necessidade de limpeza do terreno.
Em seguida, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SMDU) passará a multar em R$ 500,00 aqueles que não regularizarem a situação. Ao mesmo tempo, os agentes do Programa de Combate à Dengue farão as análises dos possíveis criadouros do mosquito. Aqueles que forem reincidentes serão multados sucessivamente, no mesmo valor, a cada 15 dias, até que o local esteja limpo. Os casos mais graves serão encaminhados ao Ministério Público.
Educação
Também foram realizadas ações educativas e de conscientização, tanto da população quanto dos funcionários da Prefeitura que atuarão direta ou indiretamente nas ações de combate à dengue. É o caso dos fiscais da SMDU e da Sesp, da Floram, assistentes sociais, Defesa Civil, trabalhadores da Comcap e Pró-Cidadão.
Todos os líderes comunitários do Maciço do Morro da Cruz também passaram por um treinamento com as equipes do Programa de Combate à Dengue para multiplicar as informações junto à população daquela região.
Apenas neste ano, o Estado de Santa Catarina registrou cerca de 3,3 mil casos da doença, a grande maioria no município de Itajaí. A capital catarinense segue sem registros de contaminação dentro do próprio território. Desde o começo do ano, foram encontrados 232 focos, sendo 189 no Continente, 29 no Norte, cinco no Centro e nove no Leste.
Denúncias
A Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde é o canal de comunicação da população para denunciar possíveis focos do mosquito transmissor da dengue. Os telefones são (48) 3239-1537 ou 3239-1569. Há também um espaço da ouvidoria para denúncia on-line, na página da Secretaria de Saúde (WWW.pmf.sc.gov.br/entidades/saude).
As denúncias são encaminhadas ao Programa de Combate à Dengue, que faz o trabalho de análise e contenção dos possíveis focos. Em média, levam sete dias para a resposta sobre a reclamação.