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Florianópolis, 26 dezembro 2024
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Muro de contenção é concluído na praia da Armação

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Barreira preserva as casas em caso de ressacas, mas não garante o retorno dos turistas

O muro de contenção de pedra na praia da Armação, em Florianópolis, já está pronto. A barreira protege as casas da invasão do mar nos casos de grandes ressacas, como a que destruiu 16 moradas em maio. Mas sem faixa de areia, não garante o retorno de turistas na temporada de verão.

Em 1,6 quilômetro de extensão do muro, não há como chegar ao mar em frente à praça da praia, onde está a igreja de Sant’Anna, sem escalar as pedras. Para o presidente da Associação dos Pescadores da Armação, Fernando Sabino, a conclusão da obra foi importante para frear os estragos da erosão do mar. Agora o que ele espera é o cumprimento da revitalização do espaço.

— Prometeram fazer a melhoria, mas não falaram em datas — lembra Sabino.

O chefe de gabinete da Prefeitura de Florianópolis, José Nilton Alexandre, afirma que após as eleições serão retomadas as discussões com a população para viabilizar o projeto, que prevê a construção de calçadão e ciclovia, além de escadas para acesso ao mar.

— Para este verão não há mais tempo, mas queremos aprovar a proposta ainda este ano para entrar no orçamento de 2011 — promete Alexandre.

O proprietário de uma loja de informática no bairro, Fábio de Castro acredita que na próxima temporada ainda haverá o que chamou de “turismo da desgraça”, com a vinda de antigos frequentadores para constatar os prejuízos à praia.

Depois, ele analisa que o balneário se tornará local de hospedagem para quem vai às praias com natureza preservada, porém com pouca infraestrutura, como Matadeiro e Lagoinha do Leste.

— Espero que coloquem aparelhos de ginástica e ciclovia sobre o espaço da contenção para atrair visitantes e manter o movimento na Armação, o que garante nosso sustento — diz Castro.

De acordo com o secretário executivo de Turismo de Florianópolis, Homero Gomes, serão intensificados os eventos no Sul da Ilha para tranquilizar os empresários locais que temem pela queda de turistas procurando à praia. Além do tradicional Carnaval, haverá o pré-carnaval.

A pasta também participará de dois congressos de turismo brasileiro e um argentino entre outubro e novembro, em que apresentará as tarifas e atrativos dos hotéis da região.

Os R$ 10 milhões de verba emergencial para a construção do muro de contenção veio do Governo Federal, em maio. De 1,75 quilômetro de extensão previstos, apenas 1,6 quilômetro de barreira foram feitos.

A parte que ficaria na área entre a igreja e a Associação dos Pescadores da Armação foi embargada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por causa de três alicerces que restaram de um casarão de 1.772 na beira da praia.

Solução paliativa

Entre os moradores que perderam suas casas com as ressacas de maio na Armação está Olgabel Gomes da Rosa. Hoje ela vive com os três filhos em uma edícula no seu albergue, no Pântano do Sul. O novo lar foi reformado com móveis, janelas e portas salvos da antiga construção, antes de ser tomado pelo mar.

Mesmo acreditando que a prefeitura teve tempo de socorrer a praia antes do desastre, não quis entrar na Justiça para cobrar os seus prejuízos.

— Quando ouço o barulho do mar à noite fico preocupada e me lembro da terra sendo escavada pelo mar até levar minha casa — revela.

Assim como o muro não traz de volta a morada de Olgabel, não soluciona o problema dos pescadores, que estão com o nível do mar no ancoradouro em um metro e meio, quando há dois anos era de quatro metros.

— Quando dá o vento de leste, as ondas quebram mais forte no mar raso, e os pescadores não dormem com medo que terem seus barcos afundados, como já aconteceu há uma semana — explica Fernando Sabino.

Desde 2000, a organização reivindica a execução do projeto de engordamento da praia, que, com a dragagem, afundaria a área do porto, além da dragagem dos rios Quinca e Sangradouro, que desembocam no local. A barragem é encarada pelos pescadores como solução paliativa.

José Nilton Alexandre diz que a prefeitura aguarda o fim das eleições para também buscar um convênio com o Estado para fazer o estudo de impacto ambiental para o projeto de engordamento.