Mais de 500 jovens participam, nesta terça-feira, 22, Dia Mundial da Água, do lançamento do Movimento Nacional da Juventude Pela Água, numa parceria com o World Youth Parliament for Water (WYPW) e movimentos brasileiros ligados à juventude. O evento inicia às 18h30, no Auditório Antonieta de Barros, da Assembleia Legislativa. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui,
A iniciativa é do Parlamento Nacional da Juventude Pela Água (PNJA) e da ONG Líderes do Amanhã (LDA), com o apoio do Fórum para Preservação do Aquífero Guarani e das Águas Superficiais, da Assembleia Legislativa, e o Fórum dos Comitês de Bacias do Estado.
Conforme a representante do PNJA, Thaianna Cardoso, o Dia Mundial da Água é celebrado por movimentos e grupos de jovens, no Estado, desde 2012, e é uma iniciativa cadastrada na Organização das Nações Unidas (ONU) desde então. No entanto, neste ano a proposta avançou e além da programação tradicional, a ideia é criar um movimento em todo País, alertando para a gravidade da gestão hídrica no Brasil e no mundo.
Um relatório produzido em preparação à Conferência RIO+20, em 2012, destaca vários dos desafios do Estado na questão hídrica e é um dos documentos que balizará o debate. “O movimento focará uma agenda comum, a princípio direcionada até o Fórum Mundial da Água, que o Brasil sediará em 2018, para empoderamento de jovens e a participação social voluntária junto aos comitês de bacias hidrográficas e proteção das águas de nosso país”, explica Thaianna.
O evento terá a participação da fundadora e presidente da Youth For Human Rights International, a doutora Mary Shuttleworth. Nascida na África do Sul, Mary conheceu realidades de discriminação, problemas sociais e ambientais por todo mundo, e já realizou seis agendas globais, passando por mais de 70 países. Seu trabalho alcançou pessoas no mundo inteiro, e agora chega pela primeira vez ao Brasil.
O presidente da Organização Youth For Human Rights International no México, Raúl Arias Pérez, também estará na Celebração ao Dia da Água em Florianópolis. Desde 2004 Pérez atua em campanhas dirigidas à juventude, pelos direitos humanos. Desde 2010 é Diretor Executivo da organização Youth For Human Rights no México e sob sua liderança, a associação civil teve grande crescimento em seu país. Ele ainda integrou o programa de Educação de Direitos Humanos SEDENA (Secretário de Defesa Nacional) e IPN (Instituto Politécnico Nacional).
Dados de Santa Catarina:
Rede de água: 100 %
Coleta de esgoto: 17,03%
Tratamento de esgoto: 21,88%
Perdas de Água: 34,95%
– Em Florianópolis, a perda diária de água bastaria para abastecer uma cidade de 150 mil habitantes.
– Metade da população brasileira ainda não tem esgoto coletado em suas casas e cerca de 35 milhões de pessoas nem sequer têm acesso a água tratada no País (levantamento Instituto Trata Brasil com base nos dados de 2014 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS)).
– O índice (49,8%) coloca o Brasil em 11º lugar no ranking latino-americano deste serviço, atrás de países como Peru, Bolívia e Venezuela. Os dados dessas nações são compilados pela Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), que divulga o índice de 62,6% para o Brasil porque inclui fossas.
– Os números mostram que a coleta de esgoto melhorou só 3,6 pontos porcentuais nos últimos cinco anos e ainda está muito distante da meta estabelecida pelo Plano Nacional de Saneamento Básico, que é atingir 93% de coleta no País em 2033.
– Mantido o ritmo atual, os teremos serviços de saneamento serão universalizados a partir de 2050.
– Segundo o levantamento, metade dos R$ 12,2 bilhões investidos em saneamento no País ficou concentrada nas cem maiores cidades brasileiras. Mas, segundo o estudo, 64% das cidades analisadas investem menos de 30% do que arrecadam com a tarifa de água e esgoto cobrada dos consumidores.
– Os dados mostram também que o índice nacional de perdas de água na distribuição, que mede o desperdício, foi de 36,7% em 2014, ano marcado pela estiagem no Sudeste e Nordeste do Brasil.
– A cada 10 grandes cidades do país, 7 perdem 30% ou mais da água tratada
Fonte: Instituto Trata Brasil