Os malabaristas das ruas não podem mais atuar no trânsito da Capital. Há três semanas, a prefeitura iniciou campanha para retirar dos semáforos quem ganha dinheiro dos motoristas nas rápidas “apresentações”. A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano ameaça usar a força policial caso retornem aos pontos.
O secretário José Carlos Rauen disse que a prefeitura recebeu reclamações de pessoas sobre a ação dos malabaristas, que, segundo ele, não têm autorização para trabalhar.
Rauen não quis falar sobre possíveis casos de violência ou vandalismo, que também teriam ocorrido contra motoristas que se recusam a doar moedas ou dinheiro.
– Tem gente que acha bonito e tem gente que se assusta. Mas o fato é que eles estão em situação irregular – afirmou Rauen, exemplificando que, na prática, a ação assemelha-se com os ambulantes não cadastrados e que comercializam produtos na praia durante a temporada.
A fiscalização percorre as principais avenidas do Centro e na região da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no Bairro Trindade. Apesar de grande número de malabaristas ter deixado as ruas, o Diário Catarinense encontrou, ontem à tarde, duas crianças fazendo malabarismo com laranjas na Beira-Mar Norte.
A dupla afirmou ter 13 anos e morar no Bairro Frei Damião, em Palhoça, na Grande Florianópolis. Um deles contou que não estuda, ganha R$ 15 por dia e que entrega o dinheiro aos pais para comprar comida.
Rauen afirmou que os malabaristas adultos são, na maioria, estrangeiros vindos do Paraguai, Argentina e Uruguai e que estão irregulares no Brasil. A intenção dele é frear esse tipo de atividade em Florianópolis.
(Diogo Vargas, DC, 21/07/2009)