O Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro lança nesta terça-feira, 8, às 19h, na Assembleia Legislativa, na Capital, o livro “Ilha de Santa Catarina – Florianópolis”, de Gilberto Gerlach. A obra, de 776 páginas divididas em dois volumes, tem o incentivo da Tractebel Energia e do BRDE, via Lei Rouanet, do Ministério da Cultura.
A coordenação editorial e o projeto gráfico são do designer Renato Rizzaro, parceiro de Gerlach desde o lançamento de "São José da Terra Firme", em 2007, obra com 332 páginas e o mesmo formato.
Acompanha o lançamento de “Ilha de Santa Catarina – Florianópolis” uma exposição de 18 fotos 70x110cm, que permanecerá até o dia 17 na Assembleia Legislativa, quando haverá noite de autógrafos com o autor.
A obra
A paixão por imagem e fotografia levou o engenheiro civil Gilberto Schmidt-Gerlach a construir, durante 47 anos, a sua mais importante obra: quatro volumes que totalizam 1.440 páginas de 32x26cm, com mapas, pinturas, fotografias, reproduções de jornais e desenhos sobre a Ilha de Santa Catarina.
Os dois primeiros volumes, lançados em 2010, com o título "Desterro – Ilha de Santa Catarina", contêm imagens e narrativas desde o século XVI até 1894. Os dois novos volumes dessa imponente pesquisa, que avança até 1950, incluem mais 550 fotografias, 75 pinturas e 110 desenhos – cerca de 20% nunca antes publicados.
O autor
Gilberto Gerlach, 72 anos, é membro da Academia Catarinense de Letras e fundou, em 1968, o Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro, que durante muitos anos funcionou no Centro Integrado de Cultura (CIC).
Misto de engenheiro, cinéfilo e historiador, foi um paciente, persistente e dedicado pesquisador de conteúdos iconográficos sobre Florianópolis e São José, dispersos pelo país e pelo exterior. Para isso visitou bibliotecas e acervos de colecionadores particulares em Florianópolis, Itajaí, Blumenau, Curitiba, São Paulo, Buenos Aires, Lisboa e Paris.
Colaboradores
Para reunir todas essas imagens, contou com a boa vontade de vários colecionadores e muitos colaboradores. Dois, particularmente, o impressionaram pela quantidade e qualidade do material: Apparecido Jannir Salatini, de São Paulo, e Monsenhor Jamil Nassif Abib, de Rio Claro (SP). Este último possuía em sua coleção 18 imagens raras produzidas quando da passagem de um navio-escola francês por Florianópolis, em 1903.
Outro exemplo é o do primo do fotógrafo Sebastião Salgado, Jesse Salgado, que possui residência na Lagoa da Conceição e descobriu obras do pintor alemão Albert Gustav Schwartz, que chegou à Ilha em 1868 e aqui residiu cerca de 20 anos.
Salgado localizou três quadros do pintor em Buenos Aires e outro na Alemanha, com cenas da Ilha. Chegou, inclusive, a comprar quadros pela internet. No total, já localizou 38 obras do período em que o pintor residiu em Desterro.
Entre outros colecionadores, Gerlach cita Ademar Goeldner, Bruno Kilian Kadletz, Marcelo Collaço de Oliveira, Murilo Martins da Silva e Ylmar Correia Neto.