As exportações catarinenses registram alta de 5,7% no primeiro trimestre de 2014, quando comparadas às registradas no mesmo período do ano passado, atingindo US$ 1,921 bilhão. O desempenho contrasta com o declínio de 2,5% nas vendas externas brasileiras no mesmo período. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 17, pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).
Entre os dez principais produtos exportados pelos portos do Estado, as maiores altas foram observadas na soja, com elevação de 443%, resultado que reflete o salto nas compras feitas pela China. Outro item que se destacou foi a madeira, que teve embarques 49% superiores aos contabilizados no primeiro trimestre de 2013.
Para o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, a elevação do valor dos embarques no primeiro trimestre indica a mudança estrutural, ocorrida ao longo dos últimos anos, com o ganho da participação dos produtos primários na pauta. "O atual cenário internacional valoriza as vendas externas de commodities", diz. Entre as razões para isso, Côrte cita, de um lado, o avanço tecnológico dos produtos primários e, de outro, a perda de competitividade da indústria de transformação em decorrência de questões que fogem ao domínio das empresas, como a tributação elevada, a legislação trabalhista engessada e as gritantes deficiências de infraestrutura, questões não enfrentadas pelos concorrentes internacionais.
Na relação dos principais mercados de destino das exportações catarinenses, destaque para a China, que comprou US$ 144 milhões no período, o que corresponde ao dobro do registrado no ano passado. O resultado reflete a multiplicação por quatro das vendas de soja, além das elevações de 19% nos embarques de carne de frango e 29% nos motocompressores. Na primeira posição entre os países que mais compram de Santa Catarina, no entanto, seguem os Estados Unidos, com US$ 248,6 milhões, alta de 14,2%.
As importações chegaram a US$ 4,031 bilhões em Santa Catarina até março, o que representa uma alta de 20,4%, na mesma base de comparação. Com este resultado, a balança comercial registra déficit de US$ 2,1 bilhões, alta de 37,8% sobre o início do ano anterior. O destaque é a elevação na importação de automóveis. O valor mais que dobrou, passando de US$ 52,7 milhões no primeiro trimestre do ano passado para US$ 127 milhões no atual. Os automóveis já ocupam a segunda colocação na pauta de importações catarinenses.