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Florianópolis, 25 novembro 2024
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Laurentino Gomes lança o último livro da trilogia sobre a história do Brasil nesta quarta-feira em São José

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Laurentino Gomes estará em São José, na Grande Florianópolis, nesta quarta-feira, 20, às 19h30, na praça de eventos do Continente Park Shopping, lançando o livro ‘’1889 – Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil’’ (Globo Livros, 416 pág, R$ 44,90). Após o bate-papo com o público, será realizada uma sessão de autógrafos com o autor. A entrada é gratuita.

Editada pela Globo Livros, a obra trata da Proclamação da República e fecha uma trilogia iniciada com 1808, sobre a fuga da corte portuguesa de Dom João VI para Rio de Janeiro, e continuada com 1822, sobre a Independência do Brasil. Somados, os dois livros anteriores venderam mais de 1,5 milhão de exemplares no Brasil e em Portugal e ganharam quatro prêmios Jabuti, o mais prestigiado da literatura brasileira – dois na categoria Melhor Livro Reportagem e dois como Livros do Ano de Não-Ficção. O livro 1808, também eleito o Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras, acaba de ser lançado na sua versão em inglês nos Estados Unidos.

Com 24 capítulos e ricamente ilustrado, 1889 contribui para a compreensão de um dos períodos mais controversos da história do país, em um relato cativante que explica não só os acontecimentos que levaram à queda da monarquia, em 1889, mas também outros episódios importantes da história brasileira como a Guerra do Paraguai e o movimento abolicionista. “É quase impossível entender o Brasil de hoje sem estudar essas três datas, que marcam a construção do Estado brasileiro durante o século XIX”, afirma o autor.

No livro, que começa no lançamento do Manifesto Republicano de 1870 e vai até a posse do presidente Campos Salles, em 1898, Laurentino Gomes desmistifica o papel desempenhado por alguns dos principais nomes relacionados à mudança de regime político. Um deles, o do marechal Deodoro da Fonseca, um militar idoso e enfermo que, na manhã da Proclamação da República, se encontrava tão esgotado quanto o próprio imperador dom Pedro II. Segundo o autor, até as vésperas do golpe republicano, o marechal era monarquista e agiu movido mais pelo ressentimento contra o governo imperial do que por qualquer convicção ideológica. Por isso, relutou até onde pôde a promover a troca do regime, como exigiam as lideranças civis e os militares liderados pelo professor e tenente-coronel Benjamin Constant. Ao contrário do que reza a história oficial, o marechal em momento algum proclamou a República ao longo daquele dia 15 de novembro.

O livro 1889 mantém a linguagem e a mesma fórmula editorial tão bem recebida pelos leitores de 1808 e 1822. É uma grande reportagem, na qual o autor combina análises mais profundas a respeito do tema com detalhes pitorescos, bem humorados e surpreendentes dos personagens e acontecimentos desse período. Um exemplo é a história de ciúmes envolvendo o marechal Deodoro da Fonseca e o senador Gaspar da Silveira Martins, que era o chefe do Partido Liberal no Rio Grande do Sul e que, segundo o autor, teve influência decisiva na queda do império.

Alguns anos antes da Proclamação da República, quando Deodoro era presidente da província do Rio Grande do Sul, esses dois homens disputaram o coração de uma mesma mulher, uma gaúcha bonita e sedutora, filha do Barão de Triunfo, herói da Guerra do Paraguai. Silveira Martins, um fazendeiro rico, charmoso e intelectual, levou a melhor nessa disputa e jamais foi perdoado por Deodoro. Na madrugada de 16 de novembro de 1889, ao saber que Silveira Martins fora indicado por Dom Pedro II para chefiar um novo ministério, o marechal se decidiu finalmente a proclamar a república, atitude que se recusara a tomar no dia anterior, quando apenas destituiu o gabinete do Visconde de Ouro Preto, sem anunciar a mudança de regime.

O livro 1889 é resultado de três anos de pesquisas, nos quais o autor leu e consultou cerca de 150 outras obras de referência sobre o tema. Nesse período, morou um ano no campus da Pennnsylvia State University, conhecida como Penn State, situada na cidade de University Park, nos Estados Unidos. Durante sua temporada americana, visitou a famosa Biblioteca Oliveira Lima, centro de estudos brasileiros situado na Universidade Católica da América (CUA), em Washington, onde estão guardados mais de 40.000 documentos relacionados ao Império e aos primeiros anos da República. Também frequentou a Biblioteca do Congresso, na capital americana. Por fim, o autor visitou no Brasil os locais mais importantes dos acontecimentos relacionados à queda da Monarquia e à implantação do regime republicano, como os lugares frequentados pela corte de Pedro II no Rio de Janeiro e na cidade imperial de Petrópolis, na Serra Fluminense.

O autor

Paranaense de Maringá, Laurentino Gomes é autor dos livros 1808 sobre a fuga da corte portuguesa de dom João para o Rio de Janeiro, e 1822, sobre a Independência do Brasil. Ganhou quatro vezes o Prêmio Jabuti, o mais prestigiado da literatura brasileira – dois na categoria Melhor Livro Reportagem e dois como Livro do Ano de Não-Ficção. Sua obra também foi eleita o Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação em Administração pela Universidade de São Paulo, é membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Academia Paranaense de Letras.