Investir na educação e na saúde e qualidade de vida dos trabalhadores traz retorno para as indústrias: maior produtividade e colaboradores mais leais. Essas foram algumas das conclusões do primeiro dia de debates da Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense, promovida pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), em Florianópolis. O encontro reúne empresários, representantes de sindicatos de indústria, autoridades e especialistas e ainda debaterá os temas tecnologia e inovação e ambiente institucional, O evento segue até esta sexta-feira, 27.
O presidente da Federação, Glauco José Côrte, destacou a importância de se discutir qualidade de vida e educação no meio industrial. "Tudo passa pela educação. A adoção de um estilo de vida mais saudável é facilitada quando o trabalhador tem um melhor nível de escolaridade. Estamos trabalhando fortemente nessas duas áreas", disse Côrte. O especialista norte-americano em bem-estar e vida saudável no ambiente de trabalho, Steven Aldana, abriu o ciclo de palestras e defendeu que trabalhadores que se sentem valorizados por seus empregadores desenvolvem alto nível de lealdade com a empresa. "Colaboradores leais gostam de estar no ambiente de trabalho e, por isso, fazem o que for preciso a favor da empresa onde atuam", enfatizou Aldana.
Em seguida, Gustavo Nicolai, gerente de saúde e medicina ocupacional da Mendes Júnior Trading e Engenharia, falou sobre gestão de economia para ambientes seguros e saudáveis. "Depois da folha de pagamento, gastos com assistência em saúde são as maiores despesas das empresas. Saúde e segurança é investimento, não um gasto", disse Nicolai. Para concluir a rodada de palestras da manhã, o gerente de qualidade de vida do Departamento Nacional do SESI, Sérgio Motta, debateu inovação em qualidade de vida.
Durante a tarde, o consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Fernando Vargas, abriu os debates de educação. Para ele, a capacidade de resolver questões simples, de se comunicar e de se integrar e interagir num ambiente cultural são algumas das competências que o profissional do século XXI precisa ter. Entre as que precisam ser aprimoradas estão leitura e compreensão, redação e matemática. "As competências do século XXI não se limitam a ler, escrever e entender, mas incluem a capacidade de produzir resultados", falou Vargas. Segundo a OIT, um em cada cinco trabalhadores da indústria brasileira possuem escolaridade básica incompleta e por conta disso é difícil ter competitividade.
O membro do Conselho Nacional de Educação e conselheiro do Movimento A Indústria pela Educação, Mozart Ramos, conduziu debate entre os palestrantes da tarde sobre o papel da educação para o desenvolvimento de competências para o mundo do trabalho. Além de Vargas, participaram do painel a diretora de recursos humanos da BMW, Betina Kraus, o diretor de educação da ABRH Nacional, Luiz Edmundo Rosa, e Daniela Arai, do Instituto Ayrton Senna.
A terceira edição da Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense segue até esta sexta-feira (27). Os próximos temas a serem abordados serão educação, tecnologia e inovação, e ambiente para negócios. Para encerrar o evento, na sexta-feira, 27, ocorre a entrega da Ordem do Mérito Industrial e Mérito Sindical. A Jornada tem o apoio do BRDE, CrediFIESC, Previsc, Tractebel, SESI e SENAI Nacional.